Preso por esfaquear enfermeiro durante assalto a ônibus em Boa Viagem, Estevão Gabriel Valentim, 26, tinha outras passagens por roubo.
O flanelinha Estevão Gabriel Valentim, de 26 anos, que foi preso após esfaquear um homem dentro de um ônibus em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, já havia sido condenado por esganar outra vítima durante um assalto na Avenida Conde da Boa Vista, no Centro, em 2022.
Era manhã de 29 de abril. Segundo a denúncia do Ministério Público (MPPE), obtida pelo Diario de Pernambuco, Estevão e um comparsa assaltaram um jovem de 20 anos que andava pelo local, no bairro da Boa Vista, nas proximidades da Rua Sete de Setembro, por volta das 7h.
De acordo com testemunhas, o comparsa ameaçou a vítima com uma faca de serra encostada na sua barriga. Já Estevão pegou o rapaz pelo pescoço para arrebatar um celular, à época, avaliado em R$ 900.
Por esse crime, o flanelinha foi condenado a 9 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado, sem direito de recorrer em liberdade. A sentença, da 13ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foi proferida em agosto de 2023.
Marcas de sangue no ônibus após o crime (Reprodução)
Assalto a ônibus
Após esse roubo, Estevão ficou preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, de abril de 2022 a janeiro de 2025. Em seguida, foi transferido para o regime semiaberto, em Itamaracá, no Litoral Norte.
Ele recebeu livramento condicional e voltou às ruas na sexta-feira passada (16). Além desse caso, o flanelinha já tinha outras passagens por roubo e porte ilegal de arma branca.
Em depoimento, policiais afirmaram que Estevão era conhecido como “Cabeça” ou “Neguinho” e estaria em situação de rua desde que deixou a cadeia. Nos últimas dias, ele teria sido visto trabalhando como guardador de carro, perto do Clinical Center, no Pina, na Zona Sul.
O assalto no ônibus em Boa Viagem aconteceu na noite de terça-feira (20). Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Estevão e outro assaltante aproveitaram o desembarque de uma passageira para entrar no coletivo.
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Já o enfermeiro, que subiu pela porta dianteira, foi sentar no fundo do ônibus, onde a dupla de assaltantes estava. Encurralado, ele teria se negado a passar seus pertences e foi esfaqueado na cabeça. A vítima precisou passar por cirurgia e não tem previsão de alta.
Em depoimento, ao qual o Diario também teve acesso, Estevão confessou o crime e alegou que “desferiu a facada, pois a vítima partiu para cima e pensava que iria perder a faca”. “O autor [Estevão] disse ter ficado com medo da vítima pegar a faca e lhe furar, assim preferiu furar a vítima”, registra o documento.
Aos policiais, ele declarou que havia conhecido o comparsa pouco tempo antes e não saberia informar sequer o “nome ou apelido do segundo envolvido”.
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