Segundo a autoridade monetária, as tarifas comerciais que vêm sendo anunciadas pelos EUA têm gerado aumento de incertezas e piora nas expectativas e na confiança dos agentes de mercado.
O Banco Central (BC) informou que a política econômica dos Estados Unidos exige cautela dos países emergentes. A informação consta no Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta terça-feira (29).
De acordo com o documento, a política comercial dos EUA têm gerado aumento de incertezas e piora nas expectativas e na confiança dos agentes de mercado.
“Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração e da desinflação e, consequentemente, sobre o crescimento nos demais países”, afirma.
Em seguida, completa: “Esse cenário segue exigindo cautela por
parte de países emergentes.”
No documento, a autoridade monetária brasileira cita que os bancos centrais das principais economias do mundo permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas.
“O BC segue atento à evolução do cenário internacional e avalia que a exposição do SFN [Sistema Financeiro Nacional] ao risco da taxa de câmbio é baixa, e a dependência de captação externa é pequena. O BC segue preparado para atuar de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, diz o relatório.
Apesar do cenário, o BC considera que não há risco relevante para a estabilidade financeira do Brasil. Segundo a autoridade monetária, o SFN permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Os testes de estresse de capital e de liquidez também demonstram a robustez do sistema bancário.
Além disso, o relatório indicou que os riscos fiscais estão ganhando mais relevância, reflexo de preocupações com a sustentabilidade da dívida pública.
“As instituições pesquisadas demonstram também preocupação com a possibilidade de desaceleração acentuada da economia e de aumento da inadimplência, em um cenário de elevado endividamento de famílias e empresas”, diz.
No segundo semestre de 2024, o crédito bancário às pessoas físicas registrou uma aceleração acentuada para financiamento de veículos e crédito não consignado. De acordo com o BC, o crédito a pessoas jurídicas acelerou para empresas de todos os portes com aumento das contratações.
“O BC estima que o atual ciclo de aumento da taxa de juros terá forte impacto para as empresas não financeiras, porém mais moderado que durante a recessão de 2015-2016”, diz.
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