Presidente dos EUA afirma que todas as opções seguem na mesa.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), afirmou neste sábado, 29, que “nunca descarta o uso de força militar” para adquirir a Groenlândia.
Em entrevista à NBC News, o republicano disse acreditar que há uma “boa possibilidade” de conseguir a anexação sem recorrer à força, mas reforçou que todas as opções seguem na mesa.
Isso é paz mundial, isso é segurança internacional”, disse, acrescentando: “Não descarto nada”.
A declaração foi feita após o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, criticar a postura do governo Trump.
“Não apreciamos o tom. Não é assim que se fala com aliados próximos”, disse Rasmussen, em resposta a acusações de Washington sobre investimentos insuficientes na segurança da Groenlândia. A Groenlândia é um território da Dinamarca, aliada da Otan.
Na sexta-feira, 28, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, esteve na ilha para inspecionar tropas americanas na Base Espacial Pituffik, uma região rica em minerais estratégicos.
Durante a visita, Vance afirmou que os dinamarqueses “não têm feito um bom trabalho” na administração do território e sugeriu que a Groenlândia deveria buscar independência da Dinamarca para se aproximar dos EUA.
A viagem provocou indignação entre dinamarqueses e groenlandeses, que denunciaram a ação como interferência estrangeira. O premiê interino da Groenlândia, Mute Egede, classificou a visita como uma “pressão inaceitável”.
Protestos forçaram mudanças na agenda, e Vance cancelou um evento que participaria ao lado da esposa.
Trump já havia declarado, dias antes, que os EUA precisam da Groenlândia por questões de segurança e sugeriu que a Dinamarca deveria ceder o território.
“Precisamos da Groenlândia, e o mundo precisa que a tenhamos”, disse o presidente americano. Questionado sobre a reação do ditador russo Vladimir Putin à iniciativa, Trump foi direto: “Eu não me importo”.
A Groenlândia, que tem cerca de 57 mil habitantes, já rejeitou a possibilidade de se tornar parte dos EUA. Uma pesquisa recente apontou que 85% da população se opõe à anexação.
O território vem ganhando importância estratégica na disputa pelo Ártico, onde o degelo facilita o acesso a recursos como ferro, tungstênio e terras-raras, além de potenciais reservas de petróleo.
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