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Guerra comercial: Lula abre duas frentes de batalha contra Donald Trump

Guerra comercial: Lula abre duas frentes de batalha contra Donald Trump

26/02/2025 às 14h30
Por: Redação Fonte: Revista Forum
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Guerra comercial: Lula abre duas frentes de batalha contra Donald Trump

Guerra comercial: Lula abre duas frentes de batalha contra Donald Trump

 

Em discurso na reunião de Sherpas dos Brics, Lula afirmou que bloco vai trabalhar "em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas" assumindo posição de enfrentamento a Donald Trump no cenário mundial

Presidente dos Brics, grupo econômico fundado por Brasil, China, Rússia e África do Sul - e que conta atualmente com outros 7 membros -, Lula abrirá duas novas frentes de batalha contra o presidente dos EUA, Donald Trump, que desencadeou uma guerra econômica mundial, com taxação desenfreada de parceiros comerciais desde sua posse, em 20 de janeiro.

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Em discurso na abertura da Primeira Reunião de Sherpas (enviados dos países membros) da presidência brasileira do BRICS, nesta quarta-feira (26), Lula afirmou que "neste momento de crise, nossa responsabilidade histórica é buscar soluções construtivas e equilibradas", em recado a diplomacia unilateral de Trump.

"O BRICS continuará a ser peça-chave para que os ideais da Agenda 2030, do Acordo de Paris e do Pacto para o Futuro possam ser cumpridos. A presidência brasileira vai reforçar a vocação do bloco como espaço de diversidade e diálogo em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas. Esses objetivos guiarão nossos trabalhos ao longo deste ano", disse Lula, que listou os seis eixos principais em que o Brasil atuará na presidência do bloco.

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Na prática, à frente dos Brics, Lula vai comandar uma das principais frentes de batalha contra Trump: a desdolarização das transações comerciais entre os países.

Trump já afirmou que pretende taxar o bloco em 100% caso abandonasse o dólar como moeda padrão de seu comércio.

Banco de dados

Além da atuação frente aos Brics com a bandeira da desdolarização, o que pode impor uma grave crise nos EUA, Lula ainda autorizou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), a encampar outra frente de batalha em um tema bastante sensível ao governo Trump.

Lula pediu a Silveira que faça um decreto-lei para auxiliar os governadores estaduais a atraírem data-centers para o Brasil.

Na prática, o decreto colocará o país definitivamente na batalha com as big techs e a hegemonia tecnológica, que tem sido o principal álibi de argumentação de Trump para taxar os parceiros comerciais.

No dia 22, Trump anunciou um plano de US$ 500 bilhões em investimentos privados para o setor de inteligência artificial. Deste valor, US$ 20 bilhões serão alocados em Data Centers.

A ideia é cevar figuras como Elon Musk, Mark Zuckerberg - que controlam a guerra das narrativas nas redes - e Jeff Bezos, que detém uma grande fatia dos servidores que abrigam dados de empresas e governos em todo o mundo.

Com a medida solicita a Silveira, Lula quer dar condições de estados, como Ceará e Piauí, darem incentivos fiscais para fechar  contratos de construção de grandes centros de processamento de dados e inteligência artificial abastecidos com energia solar e eólica.

O Brasil ainda tem a vantagem de oferecer energia mais barata às empresas, vindas de energia renováveis, o que causa ainda mais asco em Donald Trump.

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