Com 40% de participação nas transações do comércio eletrônico em 2024, o Pix já supera os cartões de crédito e se consolida como o meio de pagamento mais usado no Brasil. Para José Roberto Kracochansky, CEO da Jazz Tech, o sucesso se deve a uma combinação de fatores.
“O brasileiro adota rapidamente tecnologias, é muito adepto ao uso do celular. Quando o Pix foi lançado, havia pandemia, as pessoas precisavam fazer pagamentos à distância. Caiu no encanto da população”, disse o especialista em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta sexta-feira (18).
Kracochansky destaca que o Brasil já vinha de um histórico de inovações no sistema financeiro, impulsionado inclusive por períodos de hiperinflação. “A gente sempre esteve na vanguarda. Nem os mais otimistas imaginavam uma adesão tão rápida”, disse.
O especialista reconhece, porém, que ainda há desafios, como a segurança nas transações. “O problema da segurança não é isolado do Pix. Ele anda de mãos dadas com a segurança pública no Brasil”, disse.
Uma das próximas evoluções esperadas é o Pix parcelado, que deve ampliar o acesso ao crédito e representar uma alternativa aos cartões. Segundo o executivo, essa nova funcionalidade é parte de um movimento natural do ecossistema. “A origem de toda função de crédito vem do banco. O Pix parcelado substitui o cartão com liquidação automática e pode beneficiar o lojista, tirando o custo da bandeira”, disse.
Apesar da inovação, o impacto sobre os juros ao consumidor final ainda deve ser limitado, segundo ele. “A questão de custo de juros está muito mais ligada ao risco de crédito, inadimplência, custo do dinheiro e inflação. O Pix Crédito vem substituir com alguma eficiência o cartão, mas não deve haver um impacto tão grande em relação a custos”, concluiu.
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