No início do ano, Exército de Libertação Nacional intensificou a guerra na região de Catatumbo com uma ofensiva sangrenta contra a Frente 33.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou no sábado (3) a criação de uma "zona de paz" perto da fronteira com a Venezuela para os dissidentes das extintas Farc que foram atacados em janeiro pelo ELN em um violento ataque.
No primeiro mês do ano, o Exército de Libertação Nacional (ELN) intensificou a guerra na região de Catatumbo com uma ofensiva sangrenta contra a Frente 33, um grupo de dissidentes das Farc que rejeitou o histórico acordo de paz de 2016.
Os confrontos e os assassinatos seletivos na zona causaram mais de 70 mortos e 55.000 deslocados. Dezenas de combatentes da Frente 33 se renderam voluntariamente às autoridades para se refugiarem.
Nesta região fronteiriça com a Venezuela, Petro anunciou na rede social X, no sábado, que "foi acordada uma zona de paz para a cessação da violência" com a Frente 33, afirmando que "combatentes e armas" serão reunidos ali, sem especificar se haveria um processo de entrega de armamento.
A Frente 33 integra o maior agrupamento de estruturas dissidentes das Farc, conhecido como Estado-Maior Central (EMC), que se dividiu em dois no ano passado após a retirada da mesa do seu principal comandante, conhecido como Iván Mordisco.
Petro anexou à publicação um comunicado conjunto assinado por delegados governamentais e dissidentes nas conversações.
Segundo o documento, para a instalação desta zona foram consideradas as "condições de segurança, logísticas, geográficas e administrativas" necessárias para satisfazer as "necessidades básicas de permanência temporária" dos combatentes.
A guerra interna na Colômbia opõe guerrilheiros, forças estatais e paramilitares há mais de meio século e já deixou cerca de 9,9 milhões de vítimas, a maioria deslocadas.
Atualmente, o país conta com cerca de 22.000 traficantes de droga e rebeldes armados.
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