O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) - Núcleo de Assistência Domiciliar Estadual -, junto com a Rede Hospitalar, realizou, nesta terça-feira (1º) pela manhã, a desospitalização de três pacientes, sendo duas crianças e um adolescente, do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, com doenças crônicas, que, por anos, viveram na UTI pediátrica da unidade hospitalar.
Com a desospitalização, esses pacientes passarão a receber o tratamento em casa por uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de terapia ocupacional, fisioterapeutas e, quando houver necessidade, ainda serão convocados especialistas - pediatra, neurologistas, entre outras. Com essas, já são 10 desospitalizações no estado e estão previstas mais três ainda para este mês de abril.
As três desospitalizações desta terça foram de uma menina e dois meninos. Ela, do município de Massaranduba, com 10 anos de idade, fazia dois anos e três meses que estava internada; um menino, de Juazeirinho, com três anos e oito meses que estava internado há dois anos e 10 meses, o mesmo período de internamento do adolescente, com 13 anos de idade, do município de Teixeira. Todos com problemas neurológicos graves.
A mãe do adolescente, Cleide Firmino Alves, de 43 anos, estava muito feliz. “Durante quase três anos, fiquei “morando” com ele no hospital. Meus outros dois filhos e meu marido sempre me apoiaram e, agora, está todo mundo muito feliz porque a gente, finalmente, vai voltar pra casa. Ele passar a ser tratado em casa é um alívio pra toda família. Quando nós - as mães, soubemos que iríamos pra casa, pulamos, nos abraçamos, choramos e rimos, ao mesmo tempo”, disse, acrescentando que “o sentimento, nesse momento, é de gratidão. Sempre pedi que chegasse esse dia e agora é só agradecer para viver com o meu filho uma vida com muitos cuidados e amor. Como sempre foi, mas, agora, dentro da nossa casa”, destacou.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Assistência Domiciliar Estadual, Elaine Velêz, a desospitalização é um trabalho extremamente gratificante, não só pelo lado profissional, mas, principalmente, como ser humano. “Trabalhar com essa ação é trazer a dignidade de volta para essas famílias por meio do retorno ao lar do seu ente querido pra sentir o toque das pessoas, o calor humano, o cheiro da casa. E destaco aquelas crianças que nascem e já ficam no hospital e terão a oportunidade de irem pra casa, pela primeira vez”, pontuou.
O diretor geral do Hospital de Trauma de Campina Grande, Sebastião Viana, destacou que a SES sempre foi um ponto de referência importante na promoção da desospitalização, garantindo a essas famílias o acesso à saúde. “A nossa unidade é uma parceira dessas mães e as acolhemos da melhor forma possível porque sabemos das inúmeras dores que sentem passando a “morar” na instituição num tempo que varia de dois até oito anos, longe dos seus outros familiares e de casa. Com a desospitalização, elas retornam ao seio familiar para continuarem o tratamento em casa, com o mesmo cuidado ofertado nas unidades hospitalares”, frisou.
As desospitalizações na Paraíba começaram em dezembro do ano passado, sendo a primeira uma paciente, também do Trauma de Campina Grande, para Picuí; e o segundo, do Hospital Metropolitano, para João Pessoa. Este ano de 2025, já foram desospitalizados oito pacientes, sendo dois do Hospital do Valentina, na capital - um do bairro onde fica a unidade, Valentina de Figueiredo; e o outro do município de Caiçara -, e seis crianças e adolescentes do Complexo Pediátrico Arlinda Marques. Ainda para esse mês de abril, estão programadas seis desospitalizações nos Hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande, Edson Ramalho e Hospital do Valentina.
A desospitalização é uma metodologia que vem sendo cada vez mais adotada por hospitais, clínicas e profissionais de saúde, que visa promover mais saúde e bem-estar para quem precisa passar por um tratamento a longo prazo, mas não necessita ser controlado 24 horas por dia. É uma maneira mais humanizada de prosseguir o tratamento de enfermos.
Seu objetivo é garantir os cuidados paliativos a pacientes em estado clínico considerado estável, sem que haja a necessidade de mantê-los internados.
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