O Ministério da Saúde (MS) divulga diariamente o número de pessoas que aguardam por um transplante de órgão em todo o país. São mais de 46 mil pessoas que encontram na doação de órgãos a esperança para a melhoria da qualidade de vida. Sergipe tem contribuído significativamente com o aumento no número de doações, por meio do trabalho da Organização de Procura de Órgãos (OPO). No ano passado, um levantamento divulgado pela Central Estadual de Transplantes (CET) registrou 57 doadores em 2024, representando um aumento de 42,5% em comparação a 2023. Em 2025, Sergipe já realizou 20 captações de órgãos, incluindo duas de coração.
“A OPO realiza um trabalho diferenciado. Além de acompanhar as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) dos hospitais, a atuação consiste em identificar, notificar e acompanhar todo o paciente com suspeita de morte encefálica. Trabalhamos com o potencial doador e com os familiares na sensibilização para a doação de órgãos e tecidos, diminuindo o tempo de espera daqueles que precisam de um transplante”, disse a coordenadora da OPO, Darcyana Lisboa.
A extração ocorre no centro cirúrgico e segue os mesmos protocolos de grandes procedimentos cirúrgicos. “É gratificante ter um aceite familiar, porque são mais vidas salvas. Sabemos que é um processo delicado e, por conta disso, colocamos a família no centro de todo o processo. É uma mobilização e um acolhimento diário para que mais pessoas possam contribuir com um gesto tão nobre”, salientou Darcyana.
Os órgãos doados são destinados aos pacientes compatíveis que estão na lista única da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado. Todo o processo é rigorosamente regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
Doação
Para que o paciente seja doador, é preciso expressar ainda em vida a intenção aos seus familiares, para que haja a autorização da doação pela família. O protocolo para a doação de órgãos é iniciado com a identificação de pacientes neurocríticos, que estejam em Glasgow 03 (escala de coma), indicando uma provável morte encefálica. “Quando a equipe médica percebe que o paciente não está respondendo a estímulos encefálicos, tem início a investigação da morte encefálica. São realizados dois exames clínicos e o exame complementar, que é um exame de imagem que constata ausência de atividade elétrica, metabolismo ou fluxo sanguíneo no encéfalo”, finalizou Darcyana Lisboa.
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