Os líderes das quatro principais potências europeias viajaram para Kiev no sábado (10) e exigiram um cessar-fogo incondicional de 30 dias a partir desta segunda-feira (12).
O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitando implicitamente a oferta, propôs conversas diretas entre Rússia e Ucrânia na Turquia, que, segundo ele, poderiam potencialmente levar a um cessar-fogo.
Em uma nova reviravolta no processo intermitente de negociações de paz, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou que viajaria pessoalmente a Istambul, onde, segundo ele, aguardaria para se encontrar com Putin.
O Kremlin não respondeu a essa última proposta.
Putin e Zelensky não se encontram desde dezembro de 2019 – mais de dois anos antes de a Rússia lançar sua invasão em larga escala à Ucrânia – e não escondem o desprezo mútuo.
Manobras diplomáticas
Tropas russas realizaram dezenas de ataques na linha de frente oriental da Ucrânia nesta segunda-feira (12), após o início da trégua proposta, informou um porta-voz militar ucraniano.
A intensidade dos combates estava no mesmo nível que estaria sem um cessar-fogo, relatou Viktor Trehubov, porta-voz das Forças Armadas na frente oriental da Ucrânia.
Os dois lados estão tentando mostrar ao presidente dos EUA, Donald Trump, que estão trabalhando em prol do objetivo de alcançar uma paz rápida na Ucrânia, ao mesmo tempo que tentam fazer com que a outra pareça um estraga-prazeres dos seus esforços.
A Ucrânia está desesperada para obter mais apoio militar dos EUA, que recebeu do antecessor de Trump, Joe Biden.
Enquanto isso, a Rússia percebe uma oportunidade de se livrar de sanções econômicas e se envolver com a maior economia do mundo.
E a Europa está fazendo o possível para preservar as boas relações com Trump, apesar da imposição de tarifas, na esperança de convencê-lo a apoiar com mais firmeza a causa da Ucrânia, que consideram central para a segurança do continente.