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Trabalhadores rurais contam com programas do Governo e auxiliam o estado a ter a avanços na produção de leite

Estudo realizado pelo Banco do Nordeste, com dados do IBGE, revelam que estado teve o maior aumento de produção leiteira na região, crescimento de ...

05/05/2025 às 09h03
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
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Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, atualmente tem sete vacas leiteiras | Foto: Erick O'Hara
Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, atualmente tem sete vacas leiteiras | Foto: Erick O'Hara

Nos últimos anos, o Governo do Estado tem investido no fortalecimento da cadeia produtiva do leite, o que contribuiu para Sergipe figurar como o estado com o maior crescimento da produção na região Nordeste. Políticas públicas foram planejadas e programas disponibilizados para o produtor, como o Mão Amiga, Sementes do Futuro, Mais Genética no Sertão, Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), campanha permanente de vacinação e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), a fim de apoiar o produtor. Ações que têm resultado nesse avanço na produção do estado, refletindo em uma posição de destaque na região.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa notícia representa a importância tanto dos investimentos dos produtores como das políticas públicas consistentes empreendidas pelo Governo. “Sergipe vive um momento histórico no setor leiteiro, graças a um trabalho abnegado dos produtores integrado com os municípios e os incentivos do Governo de Sergipe, que reúne apoio técnico, ações de inseminação artificial, sanidade animal, incentivo à produção e beneficiamento do leite e ao escoamento, com a melhoria das estradas e compra de alimentos da agricultura familiar, além de crédito rural”, ressalta. 

Para o gestor, hoje se observa a concretização de um trabalho de fortalecimento do setor por um governo que acredita no potencial do campo e investe no produtor. “Com isso, conseguimos gerar mais renda, garantir alimento de qualidade e fortalecer a economia do nosso estado”, ressalta.

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O produtor Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, do povoado Pau do Cedro, em Monte Alegre, tem sete vacas e faz a ordenha manual. Ele é um dos beneficiários das políticas públicas estaduais. “Produzo 50 litros de leite por dia, com vacas da raça Girolando. Com essa produção sustento minha esposa e minha filha”, revela o produtor, que atua na cadeia produtora há 25 anos. “Esses programas me ajudam. Ganhei dez raquetes de palma, pelo programa Sementes do Futuro e, durante um ano, você pode fazer 100 raquetes, dá para variar”, disse Courinho, que produz queijo e vende em Monte Alegre. 

Já a família Martins, do Povoado Baixa Verde, também em Monte Alegre, possui 20 vacas e é com essa produção que tira o sustento. Márcio, conhecido como Buru, é um dos quatro irmãos que vivem da produção do leite. “Fazemos, em média, 18 litros de leite por dia, por vaca. Já participamos do programa de Inseminação Artificial e o Sementes do Futuro. Os técnicos da Emdagro vieram aqui na época da inseminação e aproveitaram e vacinaram todos os animais”, recorda o agricultor, que é pai de três filhos. “Retiramos o leite e vendemos para as fabriquetas de queijo daqui de Monte Alegre. Todos os irmãos trabalham há mais de 20 anos nessa área”, acrescenta. 

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Marcelo Martins, que é o irmão mais velho da família, ressalta que o negócio foi herdado do pai. “Sobrevivemos do que produzimos. Tenho esposa e três filhos. O Governo do Estado traz benefícios, como orientações técnicas, o beneficiamento de inseminação artificial, que já recorremos uma vez e tivemos sete crias por meio dele, e conseguimos ampliar nossa produção”, declara Marcelo. 

De acordo com o técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) Wagner Sousa Lapa, a vantagem da cadeia leiteira em relação às demais, como a do grão, por exemplo, é a possibilidade de empregar na própria região o dinheiro que foi investido. “O produtor paga o ajudante, a castração, compra os insumos, tudo dentro do município”, exemplifica o técnico. 

Investimento

Segundo estudo do Banco do Nordeste, feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sergipe teve o maior aumento da produção de leite do Nordeste, se comparado os três primeiros meses de 2024 e 2023. De acordo com o levantamento, o aumento foi de 22,6%, ou seja, o estado subiu de 107,8 mil para 132,2 mil litros de leite produzidos neste período. O segundo lugar ficou com a Bahia, que registrou crescimento de 10,7%. 

De acordo com o agrônomo Nertom da Penha, lotado na regional de Nossa Senhora da Glória, produtores de Monte Alegre, por exemplo, são beneficiados por quatro programas executados pelo Governo do Estado. O ‘Sementes do Futuro’ distribuiu 20 sacas de sementes da palma Ipa Sertânia, que é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor. Ela é multiplicada ano após ano para que o produtor aumente sua produção. “É uma palma para o futuro, como o programa diz”, declara Nertom.  

O Programa Mais Genética no Sertão e o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) são outras maneiras de melhorar o rebanho do produtor. “O sêmen dos melhores touros do país, até de fora, é inseminado nas vacas. Esse produtor terá bezerros mais produtivos, que aumentará a produção e com genética melhor”, explica.

Um programa permanente é o de vacinação do rebanho. A Emdagro trabalha com a vacinação para brucelose e clostridiose. Já o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é o documento que garante ao produtor o direito de acessar as políticas públicas do governo. “Principalmente com relação ao crédito, que é uma forma do produtor investir e melhorar a sua produção”, disse Nortom. 

Adutora

Com o objetivo de fomentar o potencial no agronegócio, o Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos, no último dia 5 de abril, o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, um investimento da ordem de R$ 250 milhões. Por enquanto, o plano está em fase de estudo, que definirá a viabilidade da estrutura passando pelo alto sertão sergipano. Enquanto as obras da Adutora do Leite não entram em fase de execução, as obras de outra adutora importante, a do Curralinho, em Porto da Folha, já foram iniciadas em fevereiro.  

A Adutora do Leite será uma solução para a dessedentação animal no trajeto entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, com uso da água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Rio São Francisco. A obra, reivindicação antiga na região que mais produz leite em Sergipe, levará água aos diversos tipos de criatórios comerciais, rebanhos que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 km de extensão, que são: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, passando pelo polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória. 

Somente na bovinocultura de leite, principal atividade econômica do alto sertão sergipano, a perspectiva é de que a produção leiteira dos cinco municípios ultrapasse os 296.062.000 litros por ano, registrado em 2022.  

Outra expectativa é que, com a água da Adutora do Leite diminuindo as distâncias de acesso e aumentando a oferta de abastecimento hídrico, os custos para os pecuaristas diminuam e cresça o potencial na região para investimentos em aumento e melhoria genética dos rebanhos. Mais produção, animais, tecnologia e infraestrutura empregada geram mais renda e novos postos de trabalho para o povo sertanejo. 
 

Alisson da Costa | Foto: Erick O'Hara
Alisson da Costa | Foto: Erick O'Hara
Marcelo Martins é o irmão mais velho da família | Foto: Erick O'Hara
Marcelo Martins é o irmão mais velho da família | Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
Márcio Martins, conhecido como Buru, do povoado Baixa Verde, Monte Alegre | Foto: Erick O'Hara
Márcio Martins, conhecido como Buru, do povoado Baixa Verde, Monte Alegre | Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
O agrônomo Nerton da Penha | Foto: Erick O'Hara
O agrônomo Nerton da Penha | Foto: Erick O'Hara
A palma Ipa Sertânia é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor | Foto: Erick O'Hara
A palma Ipa Sertânia é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor | Foto: Erick O'Hara
O médico veterinário Vitor Oliveira da Cruz | Foto: Erick O'Hara
O médico veterinário Vitor Oliveira da Cruz | Foto: Erick O'Hara
O técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Wagner Sousa Lapa | Foto: Erick O'Hara
O técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Wagner Sousa Lapa | Foto: Erick O'Hara
A propriedade Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho | Foto: Erick O'Hara
A propriedade Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho | Foto: Erick O'Hara
A propriedade do agricultor Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho | Foto: Erick O'Hara
A propriedade do agricultor Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho | Foto: Erick O'Hara
Com o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) o produtor consegue selecionar o sêmen dos melhores touros do país e de fora | Foto: Erick O'Hara
Com o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) o produtor consegue selecionar o sêmen dos melhores touros do país e de fora | Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
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Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
Foto: Erick O'Hara
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