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Tarifas são armas válidas para combater o domínio chinês?

Tarifas são armas válidas para combater o domínio chinês?

12/03/2025 07h08
Por: Redação Fonte: Agência O Antagonista
Imagem: IA por Alexandre Borges
Imagem: IA por Alexandre Borges

Tarifas são armas válidas para combater o domínio chinês?

 

Michael Lind argumenta que a proteção industrial não é um erro, mas uma resposta necessária ao avanço da China.

O jornalista e acadêmico americano Michael Lind publicou no The Free Press um artigo intitulado Why Tariffs Are Good (Por que as tarifas são boas).

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 O texto rebate a ideia de que tarifas protecionistas são um equívoco econômico e defende que a reindustrialização dos Estados Unidos e de outros países exige barreiras contra importações chinesas.

Desde sua posse, Trump já impôs ou ameaçou tarifas contra China, Canadá e México, justificando ora como defesa de indústrias estratégicas, ora como ferramenta de pressão contra a imigração ilegal e o tráfico de drogas.

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Lind critica a visão difundida pela “mídia tradicional agonizante” de que tarifas são sempre prejudiciais.

Segundo ele, governos da Europa, Canadá e Índia estão adotando medidas similares contra importações chinesas. “Eles não fazem isso por desconhecimento econômico, mas porque não querem ver suas economias desindustrializadas por uma enxurrada de importações chinesas subsidiadas.”

O autor cita o Canadá, que impôs uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses e sobretaxou aço e alumínio do país asiático.

A União Europeia elevou tarifas para automóveis chineses para até 35,3%, enquanto a Índia impõe tarifas de 70% a 100% sobre veículos elétricos importados.

Nos EUA, a política protecionista também foi adotada por Joe Biden, que em maio passado aumentou tarifas sobre semicondutores, baterias, metais raros e equipamentos médicos chineses.

A Casa Branca de Biden até zombou da primeira administração Trump por não ter ido longe o suficiente com suas políticas protecionistas”, observa Lind, citando um comunicado oficial do governo democrata.

O crescimento da China, segundo o autor, só foi possível porque empresas americanas transferiram sua produção para lá.

Hoje, o país asiático domina setores estratégicos: “Em 2023, a China foi responsável por cerca de 30% do valor agregado à manufatura global, enquanto os EUA responderam por apenas 16%.”

Ele destaca ainda que a China produz metade do aço bruto mundial, um terço dos automóveis e mais da metade dos navios comerciais. “O mercado americano de drones, inclusive os usados pela polícia, é 90% controlado pela chinesa DJI.”

Para Lind, a relação comercial entre China e EUA se assemelha à de um império manufatureiro com uma colônia repleta de recursos naturais.

Em 2023, os principais produtos exportados pelos EUA para a China foram soja e petróleo bruto, enquanto os chineses venderam equipamentos eletrônicos e peças de escritório.

“Se não erguerem barreiras comerciais, os países industriais acabarão reduzidos a fornecedores de commodities para a superpotência chinesa.”

Quem é Michael Lind

Michael Lind é um escritor, professor e analista político americano.

Co-fundador do New America Foundation, já publicou livros sobre economia, história e geopolítica, com foco no declínio da classe média americana.

Seu trabalho examina as transformações do capitalismo global e a ascensão do populismo nos EUA.

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