Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro tem observado uma movimentação significativa das marcas chinesas.
Enquanto algumas enfrentam dificuldades, outras estão expandindo suas operações e buscando se estabelecer de forma mais sólida no país.
A GAC, por exemplo, está demonstrando interesse em aumentar sua presença no Brasil, mesmo diante de desafios como o aumento do imposto de importação previsto para 2026.
Em contraste, marcas como Seres e Neta enfrentam obstáculos consideráveis.
A Seres anunciou sua saída do mercado brasileiro, enquanto a Neta, apesar de afirmar que permanecerá, ainda luta para se firmar com apenas uma concessionária ativa.
Este cenário destaca a volatilidade e os desafios do mercado automotivo para as empresas chinesas no Brasil.
Para superar os desafios do mercado brasileiro, algumas marcas chinesas estão adotando estratégias mais agressivas. A GWM e a BYD, por exemplo, adquiriram instalações industriais em Iracemápolis e Camaçari, respectivamente. Essa abordagem visa não apenas aumentar a produção local, mas também reduzir os custos associados à importação de veículos.
Além disso, a GAC está de olho na fábrica da Toyota em Indaiatuba, que está em processo de desativação. Sem uma unidade fabril no Brasil, a GAC enfrenta o desafio de competir em um mercado onde o imposto de importação pode chegar a 35% em 2026. A construção de uma base de produção local pode ser uma solução viável para contornar essa barreira.
A Caoa Chery, que foi a primeira marca chinesa a construir uma fábrica no Brasil, está passando por um processo de reestruturação. Após fechar sua unidade em Jacareí em 2022, a empresa está agora focada em introduzir novos modelos no mercado brasileiro. Recentemente, a Caoa cedeu parte de seu terreno para que o grupo chinês possa tentar novamente se estabelecer industrialmente no país, desta vez com a divisão Omoda & Jaecoo.
Atualmente, a Caoa Chery está importando dois modelos: o SUV cupê elétrico Omoda 5 e o SUV híbrido plugável Jaecoo 7. Essa estratégia de diversificação de portfólio pode ajudar a marca a conquistar uma fatia maior do mercado, especialmente com a crescente demanda por veículos elétricos e híbridos.
As vendas globais de veículos têm um impacto direto no mercado brasileiro, especialmente quando se considera a presença de marcas internacionais no país. De acordo com a consultoria japonesa MarkLines, a Toyota liderou as vendas globais em 2024, seguida pelo Grupo VW e Hyundai-Kia. Marcas como BYD e GWM, que também estão presentes no Brasil, estão entre as principais vendedoras de veículos no mundo.
Esses dados refletem a importância de estratégias globais bem-sucedidas para o fortalecimento das operações locais. Marcas que conseguem alinhar suas operações globais com as necessidades específicas do mercado brasileiro tendem a ter um desempenho melhor e a conquistar uma base de clientes mais sólida.
O futuro das marcas chinesas no Brasil dependerá de sua capacidade de adaptação às condições locais e de sua habilidade em implementar estratégias eficazes de produção e distribuição. Com o aumento do imposto de importação e a crescente demanda por veículos elétricos, as marcas que conseguirem estabelecer uma produção local e oferecer modelos inovadores terão uma vantagem competitiva significativa.
Além disso, a expansão da rede de concessionárias e o fortalecimento do serviço pós-venda serão cruciais para conquistar a confiança dos consumidores brasileiros. À medida que o mercado automotivo evolui, as marcas chinesas terão que se adaptar rapidamente para aproveitar as oportunidades e superar os desafios que surgirem.
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