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Três mulheres são presas por suspeita de participação em esquema de estelionato.

Três mulheres são presas por suspeita de participação em esquema de estelionato.

16/06/2025 às 18h47
Por: Redação Fonte: Folha de Pernambuco
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Três mulheres são presas por suspeita de participação em esquema de estelionato.

Três mulheres são presas por suspeita de participação em esquema de estelionato.

 

Além das três prisões preventivas, também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão. Prisões aconteceram em Abreu e Lima, no Aeroporto do Recife e na Paraíba.

A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, na manhã desta segunda-feira (16), detalhes sobre a prisão de três mulheres, com idades entre 20 e 29 anos, por crimes que ferem o Estatuto do Idoso e também o Código de Defesa do Consumidor.

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As prisões aconteceram em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na casa da suspeita; no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes–Gilberto Freyre, enquanto a segunda suspeita tentava fugir; e a terceira na Paraíba, ao chegar em casa, após ir a um show do cantor Wesley Safadão.

Segundo a polícia, as três jovens fazem parte de um grupo criminoso que atua com golpes de estelionato contra pessoas idosas e outras pessoas de grupos vulneráveis.

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A prisão contou com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e também da Polícia Civil da Paraíba (PCPB). Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e três prisões preventivas. Porém, detalhes das prisões das outras duas suspeitas não foram informados.

De acordo com o titular da Delegacia de Abreu e Lima, delegado Guilherme Kerth, as investigações tiveram início em novembro de 2024, quando uma vítima foi à delegacia, registrou um Boletim de Ocorrência, e passou as primeiras informações quanto à ação criminosa.

"Foi a partir daquele momento que a delegacia tomou ciência de que a empresa era utilizada para cometer crimes de estelionato. Depois de novembro, até a dada representação, recebemos inúmeros Boletins de Ocorrência sobre a mesma situação e, atualmente, nós temos dois inquéritos policiais relacionados à essas empresas e às autoras", relatou o delegado. 

Segundo Kerth, a empresa de crédito convocava as vítimas e solicitava empréstimos em nome delas por meio de um cadastro facial.

"Elas registravam esse cadastro facial, solicitavam o empréstimo, o dinheiro entrava na conta, e, após o dinheiro entrar na conta, ali mesmo na empresa, elas transferiam parte do valor, ou para uma das três investigadas, ou para terceiros, ou para a própria empresa", disse. 

O delegado relata ainda que as vítimas tinham como principal características a "hipervulnerabilidade", como idosos e crianças diagnosticadas no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

"Algumas delas  não necessitavam de empréstimos. Mas, a empresa forçava a situação. Informando que fariam apenas um cadastro para, caso no futuro fosse necessário fazer um empréstimo, o "cliente" já estaria cadastrado. Mas, nessa situação, elas aproveitavam para fazer o cadastro, pedir um empréstimo e transferir o dinheiro para a conta delas". 

Prisões
Segundo a Polícia Civil, esse dinheiro passava pela conta de três mulheres, que já foram presas, pela conta da empresa e de terceiros, que foram usados como "laranjas". A empresa funcionava de forma regular, em Abreu Lima, e tinha matriz em João Pessoa, na Paraíba. 

A operação teve como objetivo buscar elementos, informações, e prender as autoras, para que não cometessem novos crimes.

"É possível que a gente identifique outros autores. Aqueles que foram alvo de busca e apreensão, também há indícios de que eles participaram do crime, mesmo que com uma menor participação", comentou o delegado. 

Os próximos passos da investigação, ainda segundo Kerth, são analisar o que já foi apreendido e solicitar a apreensão de novos materiais.

"Uma das autoras deu acesso formal ao celular. Então, é necessário fazer uma análise nesse aparelho, que já foi iniciada na sexta-feira, e já foi identificado o contato com algumas vítimas. E vamos solicitar ao juiz o acesso aos outros aparelhos, tanto notebook, quanto celular, para que a gente possa confirmar, de uma maneira bem robusta, a participação de outros autores", explicou. 

"Nós solicitamos o bloqueio da conta bancária dessas empresas até o limite do valor do crime cometido, o que não impede que as empresas funcionem, porque o juiz não deu a medida cautelar para que destruísse a atuação das empresas. Mas, elas provavelmente vão trabalhar sem um certo fundo porque a conta está bloqueada", completou.

O delegado orienta que as vítimas procurem a delegacia. Não somente a população de Abreu Lima, mas também das cidades adjacentes.

"Levem os documentos que comprovem que foi feito esse empréstimo indevido, se possível, testemunhas, nomes de quem foi vítima, testemunha, e das autoras, ou informações quanto ao perfil das das autoras, porque nem sempre a vítima sabe o nome da pessoa que atendeu. Mas ela pode descrever que a pessoa", concluiu o delegado.

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