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Nearshoring e reshoring são estratégias da nova logística

Comércio exterior passa por transformação, e profissionais preparados ganham destaque em cenários voláteis e competitivos.

16/06/2025 às 17h20
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Banco de imagens Freepik
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De acordo com matéria publicada no BP Money, o Brasil figura como o 4º país mais exposto em uma eventual guerra comercial envolvendo, principalmente, os Estados Unidos. Isso, somado às rupturas provocadas pela pandemia de covid- 19 e às tensões comerciais entre grandes potências como Estados Unidos e China, acendeu um alerta global: depender de uma única origem de fornecimento pode representar riscos operacionais e estratégicos graves.

Nesse novo cenário, empresas de diversos setores têm adotado abordagens como o nearshoring e o reshoring, que propõem uma reconfiguração geográfica das cadeias de suprimentos.

“Redesenhar a cadeia de valor deixou de ser uma decisão de longo prazo. Hoje, é uma necessidade imediata para garantir continuidade operacional, competitividade e expansão”, afirma Jacqueline Garcia Miguel, gerente de Importação e Exportação da Rodoflex, uma empresa nacional de autopeças para linha pesada.

Executiva com mais de uma década de experiência, Jacqueline é responsável por toda a operação de comércio exterior da companhia. Ela lidera os processos de importação, nacionalização, planejamento logístico, exportação, homologação técnica internacional e integração entre as áreas operacionais, técnicas e financeiras, com foco na expansão de mercado e redução de custos.

O que é nearshoring e reshoring?

Nearshoring consiste em transferir parte da produção ou dos fornecedores para países mais próximos do mercado consumidor final. Isso reduz prazos logísticos, custos de transporte e exposição a riscos geopolíticos. Já o reshoring é o processo de repatriar a produção — trazendo de volta, para o país de origem da empresa, atividades antes realizadas no exterior.

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“Além de reduzir vulnerabilidades, essas estratégias oferecem mais controle sobre a operação, o que é fundamental quando se trabalha com produtos técnicos e processos regulatórios rigorosos, como no setor automotivo”, pontua Jacqueline.

Esses movimentos não são simples. Envolvem análise de risco, reestruturação de contratos, redefinição logística e alinhamento com múltiplas áreas da empresa. Nesse contexto, profissionais com capacidade de pensar o supply chain de forma integrada se tornam cada vez mais valorizados.

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“É preciso aliar leitura sistêmica do negócio com habilidade técnica. Profissionais da área devem ser capazes de estruturar KPIs, interpretar dados, negociar com fornecedores internacionais e manter compliance regulatório — tudo ao mesmo tempo”, explica Jacqueline.

Ela destaca também a importância de ferramentas analíticas e visão estratégica para conectar as áreas de engenharia, produção, logística, finanças e vendas. “A fluidez da cadeia depende de integração. O sucesso não vem só da logística, mas da sinergia entre todos os elos do processo”.

Para a profissional, com a crescente instabilidade nos fluxos globais, a área de comércio exterior passa a ter papel central nas empresas — não apenas operacional, mas decisório. Jacqueline acredita que os profissionais do setor devem desenvolver inteligência analítica, visão de longo prazo e capacidade de adaptação em cenários de alta volatilidade.

“A atuação no comércio exterior exige mais do que cumprir processos. É um papel estratégico que influencia diretamente na competitividade e na expansão internacional das empresas”, conclui.

 

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