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Oposição em Israel apresenta projeto para dissolver parlamento e chamar nova eleição.

Oposição em Israel apresenta projeto para dissolver parlamento e chamar nova eleição.

11/06/2025 às 14h51
Por: Redação Fonte: infomoney
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Oposição em Israel apresenta projeto para dissolver parlamento e chamar nova eleição.

Oposição em Israel apresenta projeto para dissolver parlamento e chamar nova eleição.

 

Partidos de oposição ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentam aproveitar a fratura na coalizão entre siglas ultraortodoxas para aprovar medida
 

Partidos de oposição ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentaram nesta quarta-feira (11) uma moção para dissolver o Parlamento e forçar novas eleições, na maior ameaça à continuidade política do atual governo em meio à guerra na Faixa de Gaza.

Em minoria na Knesset, a oposição tenta explorar uma dissidência interna envolvendo siglas ultraortodoxas da coalizão de governo, que estão em rota de colisão com o premier por causa do alistamento de jovens religiosos nas Forças Armadas — um tabu desde a fundação do país em 1948.

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Duas siglas da coalizão de governo de Israel, o Judaísmo da Torá Unida (UTJ) e o Shas, demonstraram insatisfação com outros setores governistas sobre a possibilidade de convocação de ultraortodoxos que estudam em seminários para o Exército — algo que outros setores da sociedade exigem, uma vez que o serviço militar é obrigatório no país.

Os partidos religiosos exigem que o governo reveja o plano de convocação dos seminaristas, sob a ameaça de derrubar o governo.

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A coalizão de Netanyahu detém 68 das 120 cadeiras da Knesset. Shas e UTJ detêm 18 desse total, somados.

Caso os parlamentares votem pela aprovação da moção — ou se um mínimo de nove deles ficarem contra o governo —, a medida de dissolução avança. O governo, contudo, não cai imediatamente.

A moção apresentada nesta quarta é apenas a etapa inicial de um processo que pode levar meses.

Se receber votos suficientes, o projeto de lei precisará ser submetido a comissões parlamentares de revisão, para só depois retornar ao Parlamento para uma nova votação.

Apenas se aprovada nesta segunda votação, novas eleições seriam convocadas.

Independentemente do restante do processo, analistas apontam que uma derrota nesta quarta seria um duro golpe para Netanyahu, que veria sua credibilidade política afetada, com a demonstração de que não é capaz de manter a própria coalizão sob controle.

A própria perspectiva de uma eleição antes de outubro de 2026, conforme a previsão inicial, alteraria os fatores de poder.

— Todo o sistema entraria em um modo diferente: o modo eleitoral — disse Aviv Bushinsky, analista político e ex-assessor de mídia de Netanyahu, em entrevista ao New York Times.

Mas sequer a aprovação na primeira votação é garantida, sobretudo com um alinhamento de siglas que pensam de forma quase oposta.

Os partidos de oposição por trás da articulação do projeto são favoráveis ao recrutamento de ultraortodoxos para as Forças Armadas, mas definem como prioridade a queda do governo.

Enquanto isso, os partidos religiosos veem a dissolução do Parlamento como uma medida extrema.

— Ninguém está animado com isso. É o último recurso, mas não temos escolha — disse Moshe Roth, parlamentar do UTJ, em entrevista ao The Times of Israel, admitindo que os ultraortodoxos continuam a negociar em paralelo a questão com o governo, mas que votariam na moção de dissolução se não houvesse acordo.

 
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