Todos os 22 tripulantes abandonaram o navio de 180 metros em um bote salva-vidas e foram resgatados por uma embarcação comercial próxima.
Uma porta-voz da Guarda Costeira afirmou na última semana que as autoridades estavam permitindo que o fogo se extinguisse por conta própria, mantendo-se a uma distância segura devido ao risco de explosão das baterias de íons de lítio nos veículos.
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Dustin Eno, porta-voz da Zodiac Maritime, declarou que não havia navios de combate a incêndios próximos para ajudar a apagar as chamas, e que uma equipe de resgate só chegou ao local no domingo.
A agência planeja investigar a causa do incêndio, informou a porta-voz Suboficial de Primeira Classe Shannon Kearney, do 17º Distrito da Guarda Costeira no Alasca.
Ela ressaltou que ainda é cedo para concluir que o fogo tenha começado nos veículos elétricos.
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Veículos elétricos contêm baterias de íons de lítio que podem superaquecer, causando incêndios que se espalham rapidamente e produzem gases tóxicos, tornando-os difíceis e perigosos de apagar.
O Morning Midas transportava 3.000 carros, incluindo 800 veículos elétricos, e tinha chegada prevista em Lázaro Cárdenas, no México, em 15 de junho, segundo a Zodiac.
O navio partiu de Yantai, na China, em 26 de maio, e fez paradas em Xangai e Nansha, dois importantes polos de exportação de veículos elétricos chineses, antes de cruzar o Pacífico, conforme dados da Maritime Optima, empresa norueguesa de dados marítimos.
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Importações de veículos elétricos
As importações da China dominam o mercado de veículos elétricos na América Latina. Mais de 60% dos veículos elétricos vendidos no México em 2023 e 2024 vieram da China, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
Os riscos de incêndios causados por baterias podem ser maiores no mar, onde a água salgada pode corroer os materiais que revestem as baterias, intensificando as chamas.
Em 2022, o Felicity Ace, um navio transportador de veículos um pouco maior que o Morning Midas, afundou no Oceano Atlântico com cerca de 4.000 carros — incluindo Bentleys e Porsches — após um incêndio a bordo que durou quase duas semanas.
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As baterias de íons de lítio também representam riscos à aviação. Nos últimos meses, a Southwest Airlines e várias companhias aéreas asiáticas reforçaram as restrições sobre o uso e transporte dessas baterias durante voos.
As proibições na Ásia entraram em vigor após um incêndio que destruiu um avião de passageiros em um aeroporto da Coreia do Sul, em janeiro. Não há uma ligação definitiva entre baterias portáteis e esse incêndio, e uma investigação está em andamento.