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Setor avícola da Bahia discute estratégias em relação à gripe aviária H5N1

Apesar do decreto de emergência zoossanitária no país, estado não tem registro de casos suspeitos ou confirmadosPara discutir as estratégias de bio...

23/05/2025 às 18h05
Por: Redação Fonte: Secom Bahia
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Foto: Ascom/Adab
Foto: Ascom/Adab

Apesar do decreto de emergência zoossanitária no país, estado não tem registro de casos suspeitos ou confirmados

Para discutir as estratégias de biosseguridade em relação à Gripe Aviária (H5N1) no país, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) participou ontem (22) de uma reunião do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (Coesa), que cumpre um papel importante na cadeia produtiva do setor. O órgão consultivo e de assessoramento do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA), reuniu representantes dos setores público e privado da avicultura na sede do Ministério da Agricultura, em Salvador.

Além de dirigentes e fiscais da Adab e do Mapa, o setor produtivo esteve representado pela Associação Baiana de Avicultura (ABA), empresários, médicos-veterinários e responsáveis técnicos de frango de corte, matrizeiros, representantes de empresas comerciais que vendem rações, insumos. “Entendemos que se trata de uma responsabilidade compartilhada e o objetivo é unir forças para enfrentar esse problema, mitigando os prejuízos para o setor produtivo e a cadeia como um todo da avicultura”, declara o coordenador do Coesa, André Pazos, que avalia o encontro como positivo.

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“É necessário que tenhamos uma atualização constante e entendimento do atual cenário. Uma oportunidade para expormos as nossas dificuldades e facilidades. A cadeia produtiva é uma engrenagem, quando um lado não funciona, compromete todo o setor e todos nós temos interesse de que a doença não chegue no estado ou que esse enfrentamento seja rápido e de menor impacto possível”, justifica. “São fundamentais a expertise do Mapa e da Adab e o entendimento da responsabilidade compartilhada também com o setor produtivo”, conclui.   

Na oportunidade, o diretor de sanidade animal da Adab, Carlos Augusto Chaves, apresentou a nova coordenadora do PESA, Estela Brandão, e falou que a prioridade, nesse momento, é proteger a avicultura baiana, uma cadeia de tamanha importância pelo seu papel econômico e social, sobretudo na geração de emprego e renda, e que a confirmação da presença do vírus H5N1 no país exigiu dos órgãos de controle uma revisão e adoção de novos protocolos.

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A coordenadora de vigilância epidemiológica da Adab, Camile Andrade, apresentou os procedimentos de defesa sanitária animal a serem implementados e reforçados após a detecção da infecção pelo vírus de alta patogenicidade (IAAP) em estabelecimento de aves comerciais no Brasil.  “Mobilizamos e preparamos nossas equipes de defesa animal para o atendimento a qualquer suspeita desta enfermidade, quer seja em aves domésticas, silvestres ou migratórias, e vigilância ativa nas granjas e no seu entorno”.

O primeiro passo, segundo ela foi realizar o rastreamento para verificar se houve alguma destinação de ovos férteis ou pintos para a Bahia. “Confirmamos que não houve nenhum trânsito entre o matrizeiro, onde ocorreu o foco de influenza aviária em aves comerciais no Rio Grande do Sul, em Montenegro, para o estado. A partir de agora, nosso foco maior é reforçar a vigilância, os cuidados e a educação sanitária quanto a critérios de biossegurança nas granjas. Reforçar ainda a importância da notificação e do contato do produtor com a Adab”, enfatiza.

Sinais da doença

Ao identificar nas aves sintomatologia característica, a orientação é que informe imediatamente à Adab. “São indicativos da doença apatia, falta de apetite, dificuldade respiratória, inchaço na cabeça, pescoço e crista, diarreia, uma alta mortalidade ou até mesmo uma queda abrupta na produção de ovos. Para esses casos, a orientação é que seja feito o contato imediato com a agência e que não haja manejo das aves. Teremos um tempo de até 12 horas para atender essa suspeita. É nessa hora que a Adab vai até a propriedade, seguindo todos os critérios de biossegurança estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), assim, garantir a segurança do produto que vai à mesa do consumidor e da saúde da pessoa”, detalha a também médica-veterinária, Camile. O órgão criou canais exclusivos de atendimento para recebimento das notificações, coordenados pelo PESA (Telefone: (71) 3194 – 2098 / 2099 / 9.9627-9797 e e-mail: pesa@adab.ba.gov.br ).

Comércio e trânsito

Apesar das restrições temporárias impostas às exportações brasileiras de carne de aves, os órgãos reguladores atestam que não há risco de contaminação em relação ao consumo de carne de frango e ovos. A preferência por produtos inspecionados, com selos federal, estadual ou municipal é a recomendação.

Vale salientar que o Brasil é o segundo maior produtor de proteína de frango do mundo (15 milhões de toneladas) e o maior exportador desse setor (151 países). Nesse cenário, a Bahia figura como o maior do Nordeste e o nono maior produtor do Brasil

Com relação à destinação, as aves, ovos férteis e pintos que chegam ao estado são provenientes, principalmente, do Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais e nenhum dos referidos estados estão sob suspeita de Influenza Aviária, no momento. “Mesmo, com o risco minimizado por essa condicionante, a Adab manterá o monitoramento no rastreamento de trânsito, além de reforçar também as ações de barreiras móveis e em postos fixos de trânsito”, enfatiza Camile Andrade.

Atualmente, a Adab tem 22 postos ou barreiras sanitárias fixas no estado da Bahia, sendo a sua maioria localizados em regiões de divisa. Vale ressaltar que é o estado com o maior número de divisas (oito), o que torna imprescindível esse reforço com as ações de trânsito, além das ações de vigilância, reforçadas em biossegurança nas propriedades”, conclui.

Para o setor produtivo, a orientação é de que seja intensificado o controle de entrada de pessoas, veículos, produtos e subprodutos nas granjas e empresas; que fossem revisadas telas e forros para evitar a entrada de pássaros e aves migratórias nas unidades de produção, além de intensificar limpeza das casas sanitárias com produtos específicos.

Importância

Segundo a Associação Baiana de Avicultura (Aba), a Bahia produz cerca de 60% da proteína de frango que consome, os outros 40% são provenientes de outros estados, em sua maioria, de Minas Gerais, devido à proximidade territorial. As principais regiões produtoras da proteína de frango são o extremo-sul, oeste e recôncavo baiano, este último o mais antigo, tendo a cidade de Conceição da Feira como grande expoente da atividade. Isso se deve à proximidade com cidades como Feira de Santana e Salvador, grandes centros consumidores.

Já o Oeste da Bahia tem atraído empresas devido à grande disponibilidade de ração para alimentação animal, facilitando o desenvolvimento da cadeia produtiva e barateando os custos.

Fonte

Ascom/Adab

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