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Fraude no INSS: veja quem caiu após operação da PF contra desvios bilionários.

Fraude no INSS: veja quem caiu após operação da PF contra desvios bilionários.

03/05/2025 às 08h39
Por: Redação Fonte: infomoney
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Fraude no INSS: veja quem caiu após operação da PF contra desvios bilionários.

Fraude no INSS: veja quem caiu após operação da PF contra desvios bilionários.

 

Presidente do órgão, cinco servidores e até um policial federal foram afastados ou demitidos após investigações revelarem prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados.

A operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que desbaratou um esquema bilionário de fraudes no INSS provocou uma verdadeira devassa na estrutura da Previdência Social.

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Ao todo, cinco servidores públicos de alto escalão foram afastados, e o presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto, acabou demitido. A crise culminou, ainda, na queda do ministro Carlos Lupi (PDT), oficializada nesta sexta-feira (2) após pressão do Palácio do Planalto.

Segundo as investigações, associações fraudavam mensalidades descontadas diretamente da folha de aposentados e pensionistas, sem autorização formal. O esquema teria funcionado entre 2019 e 2024, gerando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.

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Veja os demitidos e afastados:

Alessandro Stefanutto – presidente do INSS

Stefanutto foi afastado por decisão da Justiça e, posteriormente, demitido após a deflagração da operação. A investigação aponta que ele teria atuado diretamente para liberar descontos solicitados por entidades investigadas. A participação ativa no esquema foi detectada ainda em 2023, quando autorizou desbloqueios solicitados pela Contag, apesar de alertas internos.

Stefanutto foi o segundo presidente do INSS afastado no governo Lula por suspeitas de irregularidades. Antes dele, Glauco Wamburg foi exonerado em 2023 após denúncias de uso indevido de passagens e diárias — ambos foram indicações de Carlos Lupi.

Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho – procurador-geral do INSS

Acusado de atuar para evitar o bloqueio dos descontos irregulares, Virgílio também é investigado por possível enriquecimento ilícito. Segundo a PF, o patrimônio dele cresceu R$ 18,3 milhões em seis meses, com compras de imóveis ligadas a repasses feitos à sua companheira por empresários investigados, como o “Careca do INSS”.

Vanderlei Barbosa dos Santos – diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão

Envolvido nas decisões que facilitaram os descontos indevidos, Barbosa ocupava um cargo estratégico no atendimento ao cidadão e na operação dos pagamentos de benefícios.

Jucimar Fonseca da Silva – coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios

Teve participação na autorização dos descontos fraudulentos. Seu nome foi retirado das páginas oficiais do INSS após a operação.

Geovani Batista Fassarella Spiecker – coordenador de Suporte ao Atendimento

Acusado de enviar arquivos irregulares à Dataprev com nomes de supostos beneficiários, Spiecker atuou para restabelecer os descontos a pedido de entidades sindicais, mesmo após alertas. Ele também teria tratado com a Dataprev sobre uma “solução transitória” para retomar os repasses já em junho de 2024.

Philipe Roters Coutinho – policial federal

Lotado no Aeroporto de Congonhas (SP), Coutinho é investigado por dar carona ilegal em área restrita do aeroporto ao procurador Virgílio e ao empresário Danilo Trento, ambos alvos da operação. Durante os mandados, o agente foi flagrado com US$ 200 mil em espécie, levantando suspeitas sobre sua ligação com o grupo.

A Polícia Federal segue apurando a extensão da rede de beneficiários do esquema e o envolvimento de servidores, entidades e empresas. A queda em dominó na estrutura do INSS gerou uma reestruturação determinada pelo presidente Lula, que já nomeou Wolney Queiroz como novo titular da Previdência Social.

 
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