Para qualificar ainda mais a atuação dos profissionais de saúde no processo de doação de órgãos, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta sexta-feira, 25, um encontro com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) de Sergipe. A proposta foi promover a integração das equipes multiprofissionais, padronizar protocolos nas unidades hospitalares e reforçar o suporte dos coordenadores no incentivo à doação de órgãos e tecidos no estado. Em 2025, o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) já realizou 14 captações de órgãos, quatro a mais que no mesmo período do ano passado.
Neste sentido, o coordenador da Central de Transplantes em Sergipe, Benito Oliveira Fernandez, reforçou a importância da doação de órgãos e mobilização dos profissionais para promover na unidade o fortalecimento e integração das equipes nas unidades. “Precisamos mobilizar todos os estabelecimentos de saúde para que as comissões intra-hospitalares funcionem de uma forma mais efetiva e consigamos melhorar o número de doação. É importante passar para a sociedade que qualquer pessoa pode precisar de um transplante e que quando a gente morre, o nosso corpo se decompõe. Portanto, a pergunta que fica é, ‘por que não doar’?”, pontua.
A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Darcyana Lisboa, destacou que as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante têm papel fundamental, sendo responsáveis por atuar do início ao fim da doação. “Uma vez que você trabalha com essas comissões, aumentamos o número de notificações, aumentamos os potenciais doadores, passamos a acolher mais as famílias que têm um papel importante porque são elas que decidem sobre a doação. Após fecharmos protocolo de morte encefálica, é a família quem diz o sim. Com a doação é possível salvar a vida das pessoas”, ressalta.
A iniciativa contou com representantes das unidades da rede pública e privada. O Superintendente do Hospital Regional de Itabaiana, Samuel Rodrigues, ressaltou que o 4° encontro da CIDHOTT de Sergipe traz uma importância para o conhecimento sobre a doação de órgãos que ainda é um tabu para muitas pessoas e familiares. “Para nós, enquanto gestão hospitalar que trabalha na área da saúde, é fundamental reconhecer a importância de um encontro como esse. Pois, além de ampliar o nosso conhecimento e contribuir para a melhoria nos centros de capacitação, nos auxilia na luta contra os paradoxos relacionados à doação de órgãos”, comenta.
Doação
Para ser doador, a pessoa precisa expressar, ainda em vida, a sua vontade para os seus familiares. A doação de órgãos pode ser realizada por doadores vivos ou falecidos. O doador vivo é uma pessoa saudável que concorda em doar um dos rins, medula óssea e, em algumas situações específicas, parte do fígado ou do pulmão, geralmente para um familiar.
Já os doadores falecidos são pacientes com diagnóstico de morte encefálica, frequentemente causada por traumatismo craniano (TCE) ou acidente vascular cerebral (AVC). Nesses casos, a captação dos órgãos e tecidos ocorre no centro cirúrgico do hospital, seguindo os mesmos padrões de grandes procedimentos cirúrgicos. Os órgãos doados são destinados aos pacientes compatíveis que estão na lista única da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado. Esse processo é rigorosamente regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público, garantindo justiça e transparência na distribuição.
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