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Dispositivo da Cetrel permite gestão e monitoramento hídrico em tempo real

Produto da Cetrel coleta informações por meio de sensores inteligentes e pode ser instalado em locais de difícil acesso

16/04/2025 às 15h49
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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A criação de novas soluções baseadas em tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e Big Data, para o gerenciamento eficiente da água, já é uma realidade. Um exemplo desse tipo de inovação é o Hydrotrack, dispositivo desenvolvido pela Cetrel que utiliza sensores avançados para o monitoramento inteligente e de alta precisão de lagos, rios, poços, reservatórios e tubulações em tempo real. Atualmente em fase de testes, o protótipo permite a coleta de dados em cerca de 28 pontos de sete barragens de água localizadas no Polo Industrial de Camaçari, complexo fabril situado na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Na prática, o produto já possibilita o acompanhamento de parâmetros essenciais, como os níveis de água das barragens. “Se estiverem muito elevados ou baixos, podem comprometer a integridade das estruturas. Com isso, o monitoramento auxilia na identificação de cenários críticos e na elaboração de planos de ação”, explica Calvin Iost, gerente de soluções tecnológicas e inovação da Cetrel.

Segundo Iost, uma das principais vantagens do Hydrotrack é a facilidade de monitoramento de locais de difícil acesso. Como as barragens costumam estar afastadas de infraestruturas elétricas e de telecomunicações, a inclusão do dispositivo torna possível inspecionar vários desses pontos simultaneamente.

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“Hoje, conseguimos ter uma visão clara sobre as alterações nos padrões dos parâmetros monitorados. Com base nisso, nossa equipe está avançando para o monitoramento de novos indicadores, relacionados à quantidade e à qualidade da geração de água. No futuro, pretendemos expandir esse acompanhamento para os nossos efluentes, ou seja, para o processo após o consumo”, afirma.

Benefícios da aplicação

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O Hydrotrack representa um primeiro passo para a geração de uma base de dados robusta, capaz de viabilizar o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA) voltados à previsão de comportamentos ambientais. De acordo com o gerente, as ferramentas de IoT embarcadas no dispositivo utilizam microchips mais avançados que os métodos tradicionais de monitoramento empregados no Brasil. Enquanto as soluções convencionais dependem de infraestrutura elétrica e conexão fixa, os dispositivos do Hydrotrack são alimentados por baterias ou alimentação por energia solar e se comunicam via redes sem fio, o que permite sua instalação em diversas localidades e possibilita rápida substituição em caso de danos.

Em relação à gestão dos recursos hídricos e à sustentabilidade, as chamadas tecnologias de água inteligente ajudam a otimizar o consumo e a tomar decisões com informações mais precisas. “A Cetrel pretende, a longo prazo, monitorar os pontos críticos da sua rede e utilizá-los nos cálculos de balanço hídrico. Isso permitirá determinar com precisão o consumo de água da empresa, os índices de perdas nos processos e outras variáveis essenciais para aprimorar as operações”, destaca Iost.

Embora algumas dessas aplicações ainda estejam nos planos futuros, a primeira fase de implementação testou dados relacionados à vazão de água, utilizando instrumentos de medição como hidrômetros. Nas sete barragens do Polo de Camaçari, as informações sobre níveis de água são coletadas por meio de poços piezométricos — estruturas utilizadas para monitorar o nível da água subterrânea, permitindo acompanhar o comportamento do lençol freático e avaliar a estabilidade das barragens.

Desafios ao longo do caminho

A adoção da Internet das Coisas vem crescendo nas empresas nos últimos anos, mas sua implementação ainda apresenta desafios. No caso do Hydrotrack, Iost ressalta que um dos principais obstáculos foi a jornada de aprendizado. “No Brasil, ainda há poucos profissionais especializados nessas tecnologias, então nosso departamento precisou se aprofundar nos estudos para viabilizar o projeto”, relata.

Além disso, a equipe teve que desenvolver internamente softwares que não existiam no mercado nacional e formar especialistas em análise de dados. “Outro desafio foi trazer para o Brasil equipamentos que aumentam a cobertura de sinal e algumas das ferramentas de IoT. Como nunca haviam sido usadas no país, tivemos que cadastrá-las na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir sua segurança e compatibilidade com os sistemas de telecomunicações brasileiros. Foram muitos investimentos da Cetrel para que o projeto finalmente saísse do papel”, conclui.

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