Segundo a polícia, quadrilha está envolvida na morte do turista colombiano Manuel Felipe Martínez Mantilla, que aconteceu em outubro de 2024.
A polícia prendeu, nesta sexta-feira, uma mulher suspeita de liderar uma quadrilha que aplicava o golpe conhecido como "Boa noite, Cinderela" no Rio. De acordo com as investigações, os principais alvos do grupo eram turistas e estudantes que frequentavam festas na cidade.
Claudia Mayara Alves Soliva, conhecida como "May Soliva", atuava com outras duas mulheres e um homem para cometer o crime, segundo a polícia. O grupo atuava em rodas de samba da Pedra do Sal, na Gamboa, em bares da Lapa e boates da Zona Sul. Os locais são conhecidos por turistas que frequentam a cidade.
Segundo a polícia, o golpe era aplicado em três etapas. Primeiro, os criminosos se misturavam aos frequentadores dos estabelecimentos, e as mulheres do grupo se apresentavam como garotas de programa para as vítimas. Em seguida, levavam os alvos para a Comunidade Parque União, no Complexo da Maré, ou até a residência da vítima.
No local, ofereciam bebidas contendo substâncias tranquilizantes, que faziam a pessoa desmaiar ao ingerir. Com a vítima desacordada, os criminosos realizavam transferências bancárias e faziam compras com o cartão de crédito dela.
— A Cláudia nos explicou que, enquanto ela distraía a vítima, a comparsa Maria Aparecida colocava um comprimido de rivotril na boca, mastigava, pegava o copo de bebida da vítima, cuspia o comprimido no copo e adicionava cerveja. Então, não havia como a pessoa perceber que estava sendo dopada — explicou o delegado Tiago Dorigo ao RJTV, da Tv Globo.
Maria Aparecida Dias de Souza, conhecida como 'Perversa', está sendo procurada pela polícia. Ela tem 37 anos e é natural de Osasco em São Paulo. Segundo a polícia, ela pertence à quadrilha comandada por May e teve envolvimento direto na morte do turista colombiano Manuel Felipe, em outubro do ano passado.
Turista colombiano
Manuel Felipe Martínez Mantilla morreu em 15 de outubro após ingerir uma alta dose de sedativo de ter uma parada cardíaca. Ele foi levado por um motorista de aplicativo ao Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte. Natural de Bogotá, o jovem era professor de Economia da Universidade Nacional da Colômbia e estava em visita ao Rio de Janeiro para participar de um congresso.
De acordo com a polícia, mesmo após o falecimento da vítima, os criminosos continuaram utilizando seu cartão para realizar diversas compras.
Na época, o motorista contou que pegou o colombiano nas proximidades do Parque União, na Zona Norte e que ele seria levado para um hotel a pedido de duas mulheres. No meio do caminho, o motorista notou que ele aparentava estar dormindo, mas que começou a respirar com dificuldade. Nesse momento, o motorista decidiu levá-lo para o hospital. Uma funcionária do hospital contou que Manuel chegou com a respiração fraca, agonizando e que imediatamente foram feitas manobras de ressuscitação. Mas o jovem não resistiu.
May Soliva vai responder por latrocínio consumado e furto. Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações vão seguir para apurar as responsabilidades dos demais envolvidos.
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