A 1ª edição da Festa Literária Internacional da Casa do Poeta de Alagoinhas (Flicas) encerrou-se com grande sucesso neste sábado, 15. Ao longo de três dias de intensa programação, o evento reuniu escritores, artistas, estudantes e a comunidade local para promover uma rica troca cultural e reflexões sobre identidade e patrimônio imaterial, com destaque para a valorização dos povos indígenas. Oficinas, apresentações de teatro e dança, além de palestras e debates, trouxeram uma diversidade de experiências que encantaram o público e enriqueceram o cenário sociocultural de Alagoinhas.
“Estou muito feliz com o encerramento da Flicas. A festa foi maravilhosa, perfeita, especialmente por ser a primeira edição. Claro, sempre há pontos a ajustar para as próximas edições, mas o saldo não poderia ser melhor. Apesar do pouco tempo que tivemos para organizar tudo, graças a Deus, tivemos uma grande participação do público: estudantes de várias instituições, o público em geral, quem gosta de cultura. Todos vieram, e isso foi incrível. As faculdades também estiveram presentes, e isso só demonstra que o evento tem um grande potencial para crescer”, explica a presidente da Casa do Poeta de Alagoinhas (Caspal), entidade responsável pela Flicas, Luana Cardoso.
Ao relembrar parte da intensa programação, Luana pontuou alguns dos momentos mais marcantes da festa. “Tivemos oficinas de música, contação de histórias e até mesmo um grito de guerra que foi marcante: ‘Caspal, nosso futuro é ancestral’. Foi algo maravilhoso. Contamos também com as participações de Itan Paiaiá e NacleidePaiaiá, da tribo Paiaiá, e isso trouxe um toque especial de cultura indígena, que foi o mote da festa. Além disso, tivemos lançamentos de livros de escritores locais, apresentações de dança cigana, capoeira, samba de roda, tudo feito com muito carinho e dedicação. Também aconteceu a premiação Lázaro Zacariades, em homenagem a um grande poeta que nos deixou, mas cujas obras continuam vivas. Foi tudo pensado com muito cuidado e zelo, proporcionando à comunidade um evento de grande porte”, frisa.
“Essa oportunidade foi incrível, tanto para mim quanto para todos os escritores que participaram do evento. Muitas vezes, nos sentimos desvalorizados, mas, ao contrário do que muitos pensam, eventos como este servem para nos incentivar cada vez mais. Eles mostram que o nosso trabalho tem valor e que o enriquecimento cultural, intelectual e social é possível e importante”, reitera a escritora e membra da Caspal, Fernanda Souza, que relançou na Flicas o livro Entre Olhares Poéticos.
Natural do Maranhão, Dirceu – o poeta – falou sobre a importância de estar nesta festa, tanto como parte das atrações quanto como público que prestigiou o evento. “Essa foi uma oportunidade incrível para os artistas e escritores como eu, que ainda estão começando a ser reconhecidos. Conheci muita gente talentosa aqui. O evento foi uma excelente chance para divulgar meu trabalho e um grande destaque para nós, poetas e escritores. Quero parabenizar todos que estão fazendo a Flica acontecer. Acredito que eventos como esse são essenciais e precisam continuar, não só em Alagoinhas, mas em várias outras cidades vizinhas também. Com certeza, esse é um evento que deve acontecer todos os anos”, afirma.
Lançando seu livro Nas Trincheiras da Alegria, a jornalista Amanda Mota destacou que Alagoinhas, com seu barco de fogo, compõe a série de histórias que faz parte da obra. “Participar da Flicas foi uma honra, especialmente por ser a primeira edição do evento em Alagoinhas. Fiquei ainda mais feliz porque meu livro, Nas Trincheiras da Alegria, aborda a maratona junina, e Alagoinhas faz parte dessa grande festa com o trem do forró, que não poderia ficar de fora da minha obra. O livro traz um panorama do São João na Bahia, e como o estado é muito grande, com 417 municípios, escolhi seis cidades para representar essa tradição. Foi uma escolha difícil, mas achei importante destacar Alagoinhas, principalmente por causa do trem do forró, que considero uma versão única e sensacional dessa celebração. Para mim, participar da Flicas foi uma oportunidade incrível de divulgar esse trabalho”, avalia.
Apoio à cultura
A Flicas contou com o apoio da Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (Secet), que reafirmou seu compromisso com o fortalecimento da cultura no município. “Eventos literários desse porte são importantes para a nossa cidade, especialmente este, por ter caráter internacional. Isso estimula uma cidade que já é muito pujante na literatura, na cultura e na arte. Algo assim incentiva os jovens e outras pessoas a se aprofundarem nas questões culturais, principalmente na área literária, além de movimentar a economia, pois traz pessoas de fora interessadas em participar. A Flicas abriu mais uma porta para Alagoinhas se tornar referência no segmento cultural, colocando nossa cidade no cenário estadual e nacional”, analisou o secretário João Henrique Paolilo, da Secet.
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