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Governo da Paraíba lança edital de R$ 500 Mil para impulsionar o protagonismo feminino na ciência e tecnologia

Num constante passo em busca da equidade de gênero na ciência, a participação das mulheres avança como autoras de publicações científicas; contudo,...

17/03/2025 10h35
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

Num constante passo em busca da equidade de gênero na ciência, a participação das mulheres avança como autoras de publicações científicas; contudo, equipes compostas só por mulheres são quase inexistentes na consolidação de pedidos de patentes de invenção, segundo relatório da Elsevier-Bori (2024). Pensando nisso, o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), lançou edital que visa apoiar projetos de pesquisa científicos, tecnológicos e de inovação, desenvolvidos por pesquisadoras mulheres, com um investimento de R$ 500 mil.

“Políticas afirmativas são muito importantes e são praticadas hoje no mundo inteiro. Então, editais que visem fortalecer a presença feminina e dar empoderamento a pesquisadores de determinadas áreas é importante para corrigir distorções históricas quanto a questão da participação da mulher na ciência. Então é uma maneira de incentivar para que cada vez mais mulheres possam fazer ciência e tenham apoio para que elas possam ir mais longe”, ressaltou.

Com inscrições abertas até o dia 7 de abril, o edital "Apoio ao Protagonismo Científico de Mulheres e Meninas na Ciência" irá selecionar 10 projetos de pesquisa no valor de até R$ 50 mil cada. O orçamento provém integralmente do Tesouro Estadual. É executado em parceria pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e conta com o apoio da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).

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“O escopo do projeto é geral, voltado para essa política afirmativa que é cada vez mais incentivar a pesquisa de qualidade por mulheres e meninas e trazer cada vez mais mulheres para fazer ciência aqui no estado da Paraíba”, afirmou o secretário da Secties, Claudio Furtado.

O relatório da pesquisa “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil“ (Elsevier-Bori 2024) demonstra avanços na atuação de mulheres como cientistas por um lado, mas reflete os resquícios da predominância masculina em outros aspectos. “O percentual de mulheres entre os autores do conjunto completo de publicações (no Brasil) cresceu de 38% para 49% entre 2002 e 2022,” consta no relatório.

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No caso de pedidos de Patentes de Invenção, considerando-se processos em que todos os inventores são mulheres, os percentuais variam entre 3% e 6%, ao longo dos últimos 15 anos, em participação. Tais projetos se enquadram em um estágio mais avançado da carreira acadêmica, uma etapa na qual muitas vezes as mulheres se encontram mais limitadas por outros eventos como a maternidade e demais tarefas tradicionalmente relegadas às mulheres.

No Centro de Informática da UFPB, a estudante Ana Clara Ferreira Epaminondas, aluna de Ciência da Computação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), encontrou apoio no grupo Meninas na Ciência da Computação (MCC), um projeto de extensão iniciado há 11 anos, coordenado pelas professoras Dras. Josilene Aires e Giorgia Mattos. “Funciona como um sopro de ar fresco no ambiente acadêmico”, suspira Ana Clara.

Ela explica que o MMC “assume um papel importantíssimo em integrar as meninas do Centro de Informática e a missão de apoiá-las, além de chamar a atenção de alunas do Ensino Médio para a área”.

Cerca de 17 estudantes formam o MMC neste ano de 2025. A concretização dos objetivos do MMC é vista nas diversas atividades como as visitas às escolas públicas, oficinas, rodas de conversa, visitas técnicas a laboratórios da UFPB, participação em eventos e demais ações. Mais de 1.500 alunas do Ensino Médio em 30 municípios já foram anfitriãs das meninas do MCC na Paraíba.

Por sua vez, Ana Clara Ferreira expõe mais embaraços de uma aspirante à ciência: “Desde minha primeira aula, com uma sala lotada de pessoas, a maioria eram homens. Foi aí que caiu a minha ficha de que eu entrei em uma área com presença predominantemente masculina.

Josilene Aires é pesquisadora, mas experimenta a resiliência própria das mulheres empreendedoras: “É uma luta manter o tripé ‘ensino-pesquisa-extensão’, pelas exigências de tempo para as ações externas, atributos da extensão”. Ainda assim, desde 2014 as pesquisadoras publicam artigos e livros nessa área. “Temos mais de 40 artigos nacionais e internacionais publicados, diretamente relacionados ao projeto, a questão da presença feminina na ciência e tecnologia, das técnicas das oficinas de programação, utilização dos kits de robótica… E estendemos o tema falando da violência contra a mulher, igualdade de gênero na ciência e tecnologia e a visão de futuro”, revela Josilene Aires.

Desde a Revolução Científica iniciada na Europa por volta do século XVI, com a introdução do método científico marcada por Galileu Galilei, o fazer científico gera sobretudo uma narrativa social e histórica.

Quando a estudante Ana Clara Ferreira menciona que o olhar feminino na ciência “traz novas perspectivas e ilumina caminhos”, ela adentra num pântano sombrio onde o nevoeiro esconde o cenário real: “O contexto é, historicamente, que as pesquisas são feitas levando em consideração a experiência masculina. Ações como treino de algoritmos, ou de células humanas são provenientes de homens. Isso torna os resultados enviesados. Com a ascensão de mulheres na ciência, esses dados podem passar a ser equivalentes no futuro, resultando em tecnologias adequadas para o uso feminino”, considera a futura cientista da computação.

Alunas contam com grupo de apoio na universidade
O relatório da pesquisa “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil“ O edital "Apoio ao Protagonismo Científico de Mulheres e Meninas na Ciência"
Poderão participar da chamada pesquisadoras mulheres, vinculadas a Instituições de Ensino Superior (IES) ou a Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI), sediadas na Paraíba, com propostas que busquem contribuir significativamente para o fortalecimento do protagonismo feminino, nas áreas de conhecimento: Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes.

A proponente deve morar no Estado da Paraíba, ter título de doutorado, vínculo empregatício em uma instituição pública de ensino superior ou instituto de pesquisa. Mais informações são encontradas no site da Fapesq: fapesq.rpp.br.

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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