Segurança e imigração levam homens gays a escolherem a direita populista.
Nas recentes eleições alemãs, realizadas no último domingo, 23, o partido de direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD) consolidou-se como a segunda maior força política no Parlamento, obtendo aproximadamente 20% dos votos.
Esse resultado representa um aumento significativo em relação às eleições anteriores, refletindo uma mudança no cenário político do país.
Um fator que contribuiu para esse crescimento é o apoio de segmentos da comunidade gay. Uma pesquisa realizada pela plataforma de namoro gay Romeo, envolvendo mais de 60.000 homens gays alemães, revelou que 27,9% dos entrevistados pretendiam votar no AfD.
A principal motivação apontada por esses eleitores é a segurança.
O ativista Ali Utlu, alemão de origem turca e ex-muçulmano, afirma que há bairros no país onde homens gays evitam circular devido ao risco de agressões. Para ele, a imigração descontrolada de grupos com valores hostis à homossexualidade tem contribuído para essa realidade.
A liderança do partido também desempenha um papel relevante nessa dinâmica. Alice Weidel (foto), co-líder do AfD e candidata a chanceler, é abertamente homossexual e vive em união estável com sua parceira, Sarah Bossard, uma cineasta nascida no Sri Lanka e adotada por uma família suíça.
Juntas, residem em Einsiedeln, na Suíça, com seus dois filhos. Weidel divide seu tempo entre a Suíça e a Alemanha, onde mantém residência oficial em Überlingen, no Lago de Constança. Ela justifica sua ausência prolongada da Alemanha por questões de segurança, alegando ser alvo de intensa indignação pública.
Além disso, o partido possui uma ala LGBTQ+ denominada “Alternative Homosexuelle” (Homossexuais Alternativos), que visa representar os interesses dessa comunidade dentro da legenda.
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