Cílios de LED, glitter e pomadas para o cabelo: oftalmologista alerta para riscos à saúde dos olhos no Carnaval

A procura pela caracterização perfeita pode acabar mal caso alguns cuidados com a saúde não sejam tomados

A aproximação do Carnaval traz consigo a busca por peças de roupa, adereços e cosméticos perfeitos para cair na folia. Ano após ano, as ruas são tomadas por fantasias cada vez mais criativas, chamativas e cheias de brilho, simbolizando a alegria que caracteriza a celebração.

Continua após a publicidade

A procura pela caracterização perfeita, contudo, pode acabar mal caso alguns cuidados com a saúde não sejam tomados. Acessórios como cílios de LED e produtos clássicos como glitter e pomadas capilares, por exemplo, colocam em risco o bem-estar dos olhos daqueles que os usam.

Cílios de LED

Continua após a publicidade

Os cílios de LED são fitas que devem ser coladas nas pálpebras, perto da linha dos cílios, com cola especial para cílios postiços. O dispositivo é alimentado por uma bateria conectada por um fio que sai do LED e que deve ser presa atrás da orelha com a ajuda de uma presilha. Um par do acessório pode ser encontrado por R$ 14,90 em lojas on-line.

Apesar de fazer sucesso na internet, o produto é visto como perigoso pela oftalmologista Lílian Bastos. “É preciso ter cuidado para não prejudicar as funções que nós temos na base dos cílios, algumas glândulas que produzem gordura, para não causar inflamações. Pode dar terçol se não for bem aplicado”, alerta, destacando ainda a importância de higienizar a área após o uso.

A especialista também comenta os riscos causados pelo LED em si, como possíveis choques ou queimaduras.

“Tem que ter cuidado, testar antes para ver se o fio está bem encapado, porque isso pode soltar faíscas e causar choques, né? Ou queimaduras mesmo”, alerta. Segundo ela, caso o acessório seja usado em ambientes externos, é preciso garantir, também, que a exposição ao sol não aumente sua temperatura, podendo, novamente, causar queimaduras na pálpebra.

Glitter

Sobre o glitter, figurinha carimbada nas festas de Carnaval ao redor do Brasil, Lílian ressalta que, preferencialmente, o produto usado deve ser feito especificamente para a região dos olhos. Além disso, quando aplicado o glitter, é preciso ter certeza de que ele está totalmente aderido.

“Se cair algum glitter dentro do olho, você deve, primeiramente, lavar com água corrente ou pingar um colírio lubrificante. Não fique esfregando o olho para não arranhar a córnea”, aconselha a médica.

Pomadas capilares

Durante o período carnavalesco, o emprego de produtos capilares se intensifica para aprimorar as fantasias utilizadas nos festejos, mas é necessário estar atento ao uso excessivo e à procedências destes itens. É preciso, acima de tudo, evitar pomadas que não constam na lista de produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Lílian, caso algum produto escorra, é essencial lavar abundantemente a área com água corrente, manter os olhos fechados e se dirigir a uma instituição de saúde para checar a existência de lesões na córnea. “Nada de continuar na festa mesmo com os olhos ardendo, vamos examinar”, recomenda.

Outros cuidados

Para aqueles que usarem ferramentas de maquiagem como pincéis e curvex de maquiadores profissionais ou amigos durante os preparativos para a festa, Lílian destaca a importância de garantir que estejam todos bem higienizados.

“Existe o risco de pegar conjuntivite, [o Carnaval] é uma época de muitas infecções oculares como conjuntivite e até terçol também. Tem que ter cuidado com o compartilhamento de material de maquiagem, de preferência levar o seu ou, se for compartilhar, ter certeza de estar higienizado antes”, adverte. 

A especialista recomenda, também, o uso de óculos escuros apenas caso contenham proteção UV, uma espécie de camada que protege os olhos dos efeitos negativos dos raios solares. “Se for sem, é melhor não usar. É pior ficar com óculos sem proteção do que sem óculos”, declara.

Por fim, Lílian sugere que pessoas que usam lente de contato levem para as festividades a solução adequada para limpá-las caso não desejam descartar os objetos.

“Não lave a lente de contato com água corrente, nem com soro fisiológico. Se não tiver onde guardar, nem como higienizar da forma correta, é melhor jogar fora”, opina.