Gigante da tecnologia apresentou um novo computador que resolve em cinco minutos o que os supercomputadores levariam 10 septilhões de anos
Em dezembro de 2024 a Alphabet, conglomerado controlador do Google, apresentou o computador quântico que precisa de apenas cinco minutos para resolver um problema que levaria cerca de 10 septilhões de anos para os supercomputadores. Já no mês de janeiro, Hartmut Neven, vice-presidente de engenharia do Google e fundador do laboratório Quantum Artificial Intelligence, atiçou cientistas ao afirmar que o novo chip quântico Willow apresentou evidências de que existem universos paralelos, os verdadeiros “multiversos”.
A explicação de Neven para trazer para a vida real o conceito apenas visto nos filmes de ficção científica é justamente que a resolução de um problema computacional complexo em menos de cinco minutos, indicava que a computação quântica ocorre em muitos universos paralelos.
David Deutsch, Físico da Universidade de Oxford, conhecido por suas contribuições à teoria do multiverso, foi um dos cientistas que fez coro à ideia do executivo do Google, sugerindo que a computação quântica poderia fornecer evidências para a existência de universos paralelos.
Por outro lado, o astrofísico e autor científico Ethan Siegel criticou a declaração do chefão do Google, afirmando que confundir a noção de um espaço de Hilbert mecânico quântico com universos paralelos é incorreto. Ele argumentou que a mecânica quântica pode funcionar bem sem a necessidade de introduzir universos paralelos.
O espaço de Hilbert é um conceito matemático onde é possível medir comprimentos e ângulos, parecido com o espaço tridimensional que conhecemos, mas podendo ter infinitas dimensões. Ele é usado para resolver problemas envolvendo ondas, funções e até na mecânica quântica, onde descreve os estados de partículas.
Já o renomado físico teórico Michio Kaku afirmou que o conceito de multiverso é uma linha de pesquisa legítima dentro da física quântica, embora ainda careça de comprovação experimental.
No anúncio feito em dezembro, o Google afirmou que seu computador, usando o novo chip quântico Willow, superou o supercomputador Frontier ao rodar um algoritmo de referência, fazendo em minutos o que levaria ao Frontier 10.000.000.000.000.000.000.000.000 anos – muito mais tempo do que a idade do universo.
Isso é exponencialmente mais rápido do que o desempenho declarado pelo Google há cinco anos, quando afirmaram que poderiam resolver uma tarefa de 10.000 anos em minutos. O algoritmo, projetado para testar as capacidades do computador quântico, não tem aplicações úteis conhecidas, mas isso não é o mais importante, segundo Hartmut Neven, fundador do Google Quantum AI.
Governos, assim como algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo e investidores de capital de risco, investiram bilhões de dólares em computadores quânticos, atraídos pela promessa de supremacia comercial e militar decorrente de velocidades de computação milhões de vezes maiores do que as dos computadores clássicos.
Várias metodologias estão competindo para ganhar a arena da computação quântica. A tecnologia do Google é chamada de qubits supercondutores, também usada pelos rivais International Business Machines (IBM) e Amazon.com, e os chips Willow são feitos com ferramentas semelhantes às usadas para fazer microchips convencionais.
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