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Sem investigar, PGR arquiva denúncia sobre empresa de Eduardo Bolsonaro.

Sem investigar, PGR arquiva denúncia sobre empresa de Eduardo Bolsonaro.

07/02/2025 às 06h38
Por: Redação Fonte: correiobraziliense
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Sem investigar, PGR arquiva denúncia sobre empresa de Eduardo Bolsonaro.

Sem investigar, PGR arquiva denúncia sobre empresa de Eduardo Bolsonaro.

 

Negócio do deputado funcionava no mesmo local de empresa que vendia produtos com mensagens golpistas 

A Procuradoria-Geral da República recusou na quarta-feira (05/02) o pedido para apurar os negócios do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelados na investigação realizada em conjunto pela Agência Pública, CLIP (Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística) e pelo portal Uol.

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O argumento do vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand Filho, autor da decisão pelo arquivamento do caso, é de que a PGR não tem prerrogativa para investigar os supostos ilícitos apresentados, pois as acusações não estariam ligadas à atuação de Eduardo Bolsonaro enquanto deputado.

A representação contra Eduardo foi apresentada pelo deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) e pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Eles pediram que fossem apurados os supostos “indícios dos crimes de falsidade ideológica, improbidade administrativa e contra a ordem tributária”. Os deputados irão apresentar requerimentos de investigação ao Ministério Público do Estado de SP.

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“Considerei um absurdo esse despacho lacônico da PGR, ainda mas depois de 1 anos e 7 meses. Mas, confiamos na Justiça e vamos solicitar que o MP/SP possa investigar e apurar essa denúncia”, afirma o deputado Simão Pedro.

Reportagem publicada em julho de 2023 mostrou que Eduardo Bolsonaro criou em 2022 uma empresa de cursos e marketing que lucrou R$ 600 mil em quatro meses, segundo sua declaração à Justiça Eleitoral. No ano seguinte, ele transferiu a sede da firma para um local sem identificação da Eduardo Bolsonaro Cursos Ltda e no mesmo endereço de uma loja que faz venda online de objetos com mensagens golpistas e falsas. Entre eles, canecas e adesivos com o slogan golpista “Brazil was stolen” (“O Brasil foi roubado”), usado pelos bolsonaristas na tentativa de obter apoio internacional à ideia mentirosa de que as eleições presidenciais brasileiras foram fraudadas.

Ao fazer a representação para a PGR, os parlamentares apontaram, por exemplo, que Eduardo Bolsonaro omitiu de sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral a existência da empresa. Na base de dados mantida pelo TSE, o deputado informa apenas apenas seu rendimento em “treinamento online”. Boulos e Simão Pedro também questionam o enquadramento da firma como “microempresa” e o fato de o endereço da sede do negócio de Eduardo Bolsonaro não ter nenhuma identificação da empresa.

De acordo com a PGR, “a suposta falsidade ideológica eleitoral está relacionada apenas com a candidatura do representado, e não com o exercício do cargo de Deputado Federal, de modo que não é caso de foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal”.

A PGR argumentou ainda que “o mesmo raciocínio se aplica à alegada sonegação fiscal”. “Afinal, o hipotético crime tem a ver com a venda de cursos – atividade privada – por meio de empresa do representado, e não com o desempenho do seu mandato eletivo”, acrescenta.

Com relação ao suposto ato de improbidade, a decisão diz que “a PGR também não detém atribuição para apurá-la, porquanto o foro por prerrogativa de função relativo às infrações penais comuns não se estende às ações por improbidade administrativa, de natureza cível”.

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