Com o intuito de mapear, diagnosticar e fortalecer organizações de catadoras de reciclagem lideradas por mulheres em Sergipe, a Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SPM) está desenvolvendo o ‘Projeto Giral’. Nesta sexta-feira, 13, a equipe visitou a Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care) e a Cooperativa de Reciclagem do Bairro Santa Maria (Coores), ambas localizadas no bairro Santa Maria, em Aracaju.
Outras cooperativas do interior do estado também foram visitadas durante esta semana. A partir das informações coletadas, serão desenvolvidas ações que promovam o desenvolvimento socioeconômico e produtivo, a promoção da equidade de gênero e a identificação de oportunidades e desafios na cadeia da reciclagem local.
Com o projeto, a SPM visa produzir um diagnóstico técnico e social das cooperativas femininas em Sergipe, com a identificação de desafios, parcerias e oportunidades, além de apontar caminhos de atuação com impacto social e ambiental de médio e longo prazo.
“A SPM quer atuar de forma transversal com as cooperativas o apoio e o incentivo à reciclagem no recorte do gênero feminino, entendendo se há ou não a desigualdade de gênero e buscando capacitar do ponto de vista do empreendedorismo e da economia criativa. Tudo isso para que a gente consiga aprimorar e ter as mulheres num patamar cada vez melhor e em pé de igualdade com os homens”, detalhou a assessora técnica da Diretoria de Inclusão Produtiva e Autonomia Econômica da SPM, Laís Veloso.
Segundo a consultora da Agiral, Karin Almeida, foi realizado um mapeamento com os dados públicos disponíveis na internet e, em seguida, uma filtragem dessas informações para chegar às dez cooperativas que são lideradas por mulheres em Sergipe.
“Estamos impactando diretamente pelo menos 100 mulheres que são chefes de família e, possivelmente, extrapolando esse número até 500 mulheres que estão envolvidas nessas famílias. Essa é a primeira etapa do projeto, que visa compreender e ouvir dessas mulheres quais são os principais desafios no dia a dia, para que possamos construir coletivamente soluções”, ressaltou.
No Brasil, as mulheres são 70% dos catadores, mas enfrentam precarização, invisibilidade política e divisão desigual do trabalho dentro das cooperativas. Além disso, apenas 21% das organizações têm galpão próprio e equipamentos básicos simultaneamente. Outro dado preocupante é que a maioria não é remunerada de forma adequada pelos serviços prestados.
Cooperativas visitadas
Para desenvolver o projeto, a SPM visitou a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Umbaúba (Coocumba); Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Cristinápolis (Coocpatmarc); Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Nossa Senhora do Socorro (Reviravolva); Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Santa Luzia do Itanhy (Cooperativa Luziense); Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Laranjeiras; Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Carmópolis (Coopecar); Cooperativa de Reciclagem do Bairro Santa Maria (Coores); e Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care).