O auditório do Ministério Público de Sergipe (MPSE) foi palco da abertura da 5ª edição do Projeto Ilé-Iwé: Formação Continuada em Educação das Relações Étnico-Raciais, promovida pelo Ministério Público de Sergipe, por meio da Coordenadoria da Promoção e Igualdade Étnico-Racial (Copier), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), secretarias municipais de Educação de Aracaju, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro, além da Universidade Federal de Sergipe (UFS), da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial de Laranjeiras e Movimento Negro Unificado (MNU).
Nesta edição, o evento ampliou a capacidade de participação e ofertou 300 vagas para professores e coordenadores pedagógicos da rede pública de ensino, com o objetivo de fortalecer a implementação da Lei n° 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar.
A abertura, intitulada ‘Opo’, contou com a apresentação do grupo cultural Samba de Coco da Taiçoca de Fora, de Nossa Senhora do Socorro, valorizando manifestações tradicionais de matriz africana. Na sequência, os participantes assistiram à palestra ‘Desafios para efetivar uma Educação Escolar Antirracista’, ministrada pela coordenadora de ações afirmativas e professora doutora, Tereza Cristina Santos Martins, da Universidade Federal de Sergipe.
O termo Ilé-Iwé é de origem Iorubá, língua de origem africana, que significa escola. A ideia do projeto é formar educadores para práticas pedagógicas que promovam o respeito à diversidade, a valorização da cultura afro-brasileira e o combate ao racismo nas unidades escolares. O público-alvo do projeto são coordenadores pedagógicos e professores de escolas públicas municipais e estaduais.
A coordenadora de Educação do Campo e Diversidade da Seed, Geneluça Santana, reforçou o papel da formação continuada para consolidar as práticas educativas antirracistas nas escolas. “Essa formação representa o fortalecimento do trabalho já desenvolvido na Seed e possibilita a melhoria da prática pedagógica dos nossos professores, de modo a contribuir para a construção de uma educação antirracista no cotidiano escolar. A Seed instituiu o Selo Escola Antirracista Professora Maria Beatriz Nascimento, que tem como objetivo a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08. Além disso, temos o Protocolo Antirracista que visa à prevenção e ao combate ao racismo no cotidiano escolar. Essas ações dialogam diretamente com a proposta pedagógica do Ilé-Iwé”, ressalta.
O diretor do Departamento de Educação da Seed, Genaldo Freitas, destacou a importância da iniciativa. “O projeto cumpre um papel importante para a rede estadual ao oferecer aos educadores subsídios teóricos e metodológicos para a construção de uma escola que valorize todas as identidades. A Seed se compromete com essa iniciativa, por meio de formações e ações que contribuem para uma educação antirracista”, afirma.
Sobre o projeto
Criado no âmbito do programa ‘Aracaju sem Racismo’, o Projeto Ilé-Iwé visa contribuir com a formação docente para o cumprimento da Lei n° 10.639/03, integrando práticas pedagógicas que abordem a história e a cultura afro-brasileira nos currículos escolares. A ação é coordenada pelo Ministério Público de Sergipe e conta com a parceria de órgãos públicos estaduais, municipais e instituições de ensino superior.