Foi aberta, na noite desta terça-feira, 10, a exposição ‘Mais Menor’, realizada na Galeria J.Inácio, localizada na Biblioteca Pública Epiphânio Dória, em Aracaju. Gratuita e aberta a todos os públicos, a mostra reúne obras artísticas que possuem dimensões de até 20x20 centímetros. O objetivo é evidenciar a força expressiva dos trabalhos, produzidos por 20 artistas selecionados por meio de convocatória pública. Disponível de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, a exibição segue até o dia 30 de junho.
A exposição reúne diversas linguagens da arte, como pintura, fotografia, escultura, instalação e técnica mista, com obras que abordam temas que incluem cotidiano, contemplação, imaginário, afeto e memória. Com curadoria de Michel de Oliveira e colaboração da artista Renata Voss, a mostra se voltou à potencialidade do detalhe, e selecionou trabalhos tanto de artistas experientes quanto de iniciantes. A iniciativa é apoiada pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), por meio da Lei Paulo Gustavo.
Conforme o curador, a proposta de ‘Mais Menor’ está intimamente ligada às dimensões territoriais de Sergipe em relação aos demais estados do Brasil e à produção artística local. “Somos a menor unidade federativa do país, mas, ao mesmo tempo, temos uma riqueza cultural, folclórica e histórica muito grande. Então, há um paradoxo. O nome da exposição é um dito popular e tem um aspecto jocoso, que foi utilizado como provocação para os artistas”, conta.
Artistas
Para quem expõe, a mostra funciona como vitrine das obras e um espaço de valorização e interação. No ramo artístico há vinte anos, a artista visual Gabi Etinger é uma das participantes da exposição, e destacou como positiva a iniciativa. “A proposta do ‘Mais Menor’ foi fantástica, com essa ideia de trabalhar com a miniatura, com o delicado, com o detalhe. É algo que a gente não costuma ver aqui”, afirma ela, cuja obra exposta é uma gravura do poeta Araripe Coutinho.
O espaço também é dedicado aos artistas iniciantes. Dos 20 selecionados, oito estão no começo da trajetória artística, a exemplo de Cainan Nagô, que apresenta pinturas em tela. Na avaliação dele, a oportunidade de expor obras estimula e potencializa a produção artística no estado. “Acho, também, que, apesar da mensagem do artista, o que mais interessa é a reação das pessoas. Então, é muito interessante poder ter o trabalho exibido ao público”, enfatiza.
Estudante do curso de Artes Visuais, Beatriz Santos da Silva participa de sua segunda mostra artística com o ‘Mais Menor’. Ela expõe na exibição um desenho das chaves de casa, que, segundo Beatriz, evoca a atenção ao detalhe, em linha ao que propõe o ‘Mais Menor’. “Uma obra menor exige um longo tempo de observação porque tem muitos detalhes. Então, as pessoas olham por um período maior de tempo. Poder ver isso na prática aqui me deixou muito feliz”, revela ela, que começou a atuar no ramo há apenas um ano.
As particularidades socioculturais de Sergipe e a ideia proposta pelo ‘Mais Menor’ encantaram o fotógrafo Kelvin da Silva Félix. Ele é de Rondônia, mas mora em Aracaju há três anos, e fotografa o cotidiano das cidades e paisagens sergipanas. “A temática do menor exalta a nossa grandeza. É ver a beleza no mínimo, no pequeno. Sergipe é um estado com artistas e cultura incríveis, e esse tipo de atividade valoriza e chama a atenção para isso”, avalia.
Público
A abertura do evento atraiu dezenas de pessoas para a Galeria J.Inácio, que puderam conhecer mais da produção artística de Sergipe. Acompanhada da família, a professora universitária Patrícia Horta Alves disse ter se surpreendido com a qualidade das obras apresentadas. “Quando falamos em arte, a gente pensa fora. Conhecemos muito pouco do que é produzido aqui. E aqui, na exposição, tem o olhar sobre Sergipe e o olhar de Sergipe. Você tem o incentivo não só da criatividade, como você tem a educação do olhar”, detalha.
O ‘Mais Menor’ também funciona como estímulo a quem quer se colocar no campo artístico. É o caso do estudante de artes visuais Igor Moacir Santos de Souza, para quem a arte sergipana pode ser expandida com oportunidades para quem a faz acontecer. “É uma ideia maravilhosa. Esse é um bom passo para começarmos a ver mais obras de Sergipe e demonstrarmos toda a potência que a gente tem”, ressalta.
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