Na busca por uma fórmula natural para aliviar dores e inflamações, as estudantes Iasmyn Vitória Teixeira Melo e Maria Luísa da Trindade Silva produziram um spray terapêutico à base de mastruz, folhas de cânfora e cachaça. As jovens cientistas, ambas de 14 anos, cursam o 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual de Tempo Integral Antônio Batista, no município de Candiba. A ideia do produto, inspirado nos saberes dos avós, foi levada para a Feira de Ciências da escola onde estudaram até o ano passado e, este ano, as pesquisas foram aprofundadas, sob a orientação do professor Caio Cezar da Silva.
Iasmyn e Maria Luísa contam que escolheram as plantas depois das conversas que tiveram em casa. “A receita foi inspirada em nossos avós, que utilizavam essas ervas em casos de inflamação. Como queríamos usar um produto natural para extrair as substâncias das plantas, resolvemos utilizar a cachaça para isso. Além do mais, em vez de utilizarmos a cânfora no formato industrial (pedra), utilizamos as folhas da planta”, explicou Iasmyn.
Após escolher os ingredientes, a dupla se debruçou na pesquisa sobre as propriedades e os benefícios de cada componente para desenvolver a fórmula do spray. “A cânfora possui propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, que aliviam as dores locais. Também estimula a circulação sanguínea da área afetada e acelera o processo de cicatrização. Além disso, proporciona um efeito refrescante que reduz o desconforto”, detalhou Maria Luísa. Já o mastruz, acrescenta a estudante, apresenta propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas e “o álcool presente na cachaça tem ação antisséptica e antimicrobiana, podendo ajudar a prevenir infecções nas áreas inflamadas”.
Produto testado por voluntários
A eficácia do produto foi testada por voluntários, a convite das alunas. “Pedimos para seis pessoas que estavam passando por processos de inflamação testarem nosso spray. Inicialmente, elas usaram várias vezes ao dia e, à medida que os sintomas iam diminuindo, a frequência de aplicação também foi diminuindo. Pelo que os participantes nos relataram, por volta do segundo e terceiro dias, eles já verificaram melhorias em relação às inflamações”, contou Iasmyn.
As estudantes pretendem expandir o projeto acrescentando novos produtos à mistura, a exemplo da arnica e do girassol, que também apresentam propriedades semelhantes em relação às plantas já selecionadas. Elas também estão vendo a possibilidade de transformar o spray em uma pomada, mantendo as propriedades curativas. “Este ano, na disciplina de Educação Sociocientífica, ao conversarmos, resolvemos dar continuidade ao trabalho, junto ao professor Janiel Amaral, coorientador do projeto, visando aprimorar o spray com o acréscimo de novas plantas e a realização de mais testes”, destacou o professor Caio.
Fonte: Ascom/SEC
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