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Obesidade exige tratamento contínuo e personalizado

Médica defende que o enfrentamento da obesidade exige políticas públicas eficazes, ações interdisciplinares e um novo olhar sobre a condição

09/06/2025 às 15h30
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Imagem de prostock-studio no Freepik
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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados na Revista Pesquisa Fapesp, atualmente mais de um bilhão de pessoas são obesas, ou seja, um em cada oito habitantes do planeta (12,5% da população mundial) está com o peso muito acima do considerado saudável.

No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2020, noticiada no site do Ministério da Saúde, mais da metade dos adultos apresentam excesso de peso (60,3%, o que representa 96 milhões de pessoas).

Para a médica pós-graduada em endocrinologia e metabologia, Dra. Joice Fraga, os números desses estudos reforçam a dimensão e a urgência desse desafio para a saúde pública. A profissional explica que a obesidade é uma condição médica crônica, complexa e multifatorial, que não pode ser reduzida a uma questão de escolhas individuais. Ela também destaca que fatores genéticos, hormonais, ambientais, sociais e econômicos estão envolvidos no desenvolvimento e na manutenção do excesso de peso.

“O crescimento desses números também evidencia falhas nos sistemas de prevenção, educação em saúde e acesso ao cuidado adequado. Enfrentar a obesidade exige uma abordagem integrada, baseada em evidências científicas, com políticas públicas eficazes, ações interdisciplinares e, acima de tudo, uma mudança na forma como enxergamos e tratamos essa condição: com seriedade, responsabilidade e respeito”, afirma.

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Ainda segundo a especialista, o aumento da obesidade global nas últimas décadas é resultado de uma combinação de fatores, como a disseminação de alimentos ultraprocessados — ricos em açúcares, gorduras e pobres em nutrientes —, que tornaram essas dietas amplamente acessíveis e, muitas vezes, mais baratas do que alimentos frescos e saudáveis.

“Soma-se a isso a redução da atividade física, as mudanças no estilo de vida moderno e as desigualdades sociais. Além disso, fatores biológicos, metabólicos e psicossociais — como estresse crônico, privação de sono, transtornos alimentares, predisposição genética e alterações hormonais — também contribuem. Trata-se de um cenário multifatorial que reflete um ambiente obesogênico e exige uma resposta integrada da sociedade, da ciência e das políticas públicas”, explica a Dra. Joice Fraga.

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Efeitos colaterais

A condição está associada a uma série de complicações graves à saúde. Entre as principais, a médica destaca o aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares (como infarto e acidente vascular cerebral), distúrbios do sono, alguns tipos de câncer, doenças osteoarticulares e alterações no fígado, como a esteatose hepática.

Além dos impactos físicos, a obesidade também compromete a saúde emocional, favorecendo o surgimento de ansiedade, depressão e experiências de estigma social. Trata-se de uma condição crônica que afeta diversos sistemas do organismo e demanda tratamento contínuo e personalizado.

Abordagem multidisciplinar é fundamental

Segundo a Dra. Joice Fraga, por ser uma condição complexa, que vai muito além da alimentação, uma abordagem multidisciplinar é essencial para o tratamento eficaz da obesidade.

“O trabalho conjunto entre médico, nutricionista, educador físico, psicólogo e outros profissionais permite tratar não apenas o peso, mas também as causas profundas que levam ao ganho e à manutenção do excesso de peso. Isso inclui fatores hormonais, emocionais, comportamentais e sociais. Com esse suporte integrado, os resultados tendem a ser mais consistentes, duradouros e seguros”, detalha.

Dra. Joice Fraga também destaca o controle metabólico como uma das estratégias para perder peso de maneira saudável. Quando o metabolismo está desequilibrado, o corpo tende a armazenar mais gordura e a dificultar a perda de peso. 

“Por outro lado, quando conseguimos equilibrar esses sistemas, o organismo passa a funcionar a favor do paciente: melhora o uso da energia, o apetite se regula e a queima de gordura se torna mais eficiente”, conclui a médica. 

Para mais informações, basta acessar: https://drajoicefraga.com.br/

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