O tempo frio de junho e as festas típicas deste mês significam aquecimento nas vendas de produtos ligados às comemorações de São João. festa. Em Alagoinhas, do Centro à zona rural, onde ocorre a produção de itens da agricultura familiar, as expectativas continuam crescendo em torno da economia. A cadeia produtiva movimentada pelos festejos também implica em aumento das contratações de empregos temporários, tendo impacto direto no desenvolvimento local.
Na Central de Abastecimento, os comerciantes de roupas estão registrando um aumento significativo nas vendas. A confirmação vem de Maria Elizabete Batista, que trabalha no local há 28 anos. “Percebi que as roupas típicas juninas o pessoal parece não querer mais comprar, porém, as roupas normais, de festa, têm saído muito. O pessoal aproveita as festas para adquirir os modelos novos. Chego aqui por volta das cinco da manhã e fico até o final da tarde para aproveitar esse período de festa. Penso que, na segunda quinzena de junho, as vendas aumentem ainda mais, o que será bom para a gente que trabalha no ramo”, disse.
Para Marilene de Souza, que atua no comércio central há 20 anos, as perspectivas são as melhores e vêm se mostrando crescentes desde o início do mês. “Comparado com o ano anterior, temos visto um aumento, até porque este ano a prefeitura resolveu fazer mais dias de festa na cidade, e isso faz a procura por roupas aumentar. Acho que tudo o que compramos, que trouxemos de São Paulo, será vendido inteiramente neste mês de junho”, ressaltou.
De acordo com o diretor comercial da Loja Barreto e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Alagoinhas, Marcos de Souza Barreto, todo o preparativo da cidade para o período junino resultou no aquecimento adiantado do comércio no perímetro urbano. “Normalmente preparávamos a loja para o Dia dos Namorados e, na sequência, para o São João, mas como a Prefeitura de Alagoinhas resolveu antecipar a decoração da cidade e aumentar os dias de festa, tudo mudou na loja e adiantamos a decoração e os preparativos para as vendas de produtos juninos. Do ponto de vista de programação, de compra e abastecimento da empresa, esse movimento já começou a ocorrer do final de março para início de abril. De planejamento e preparação para o abastecimento, a mercadoria chegou dentro do mês de maio para atender às expectativas dos clientes”, explicou o diretor comercial.
Avaliação da CDL
Enquanto representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Alagoinhas, Marcos informou que o contato prévio com a Prefeitura de Alagoinhas, para entender o processo de formação das festas juninas na cidade, surpreendeu pela organização da gestão pública para com o comércio. “As festas juninas promovidas pela prefeitura se tornam extremamente benéficas para o comércio, incluindo desde o setor do comércio ao de serviços, como a rede hoteleira da cidade, os restaurantes etc, fazendo aumentar o fluxo de turistas que vêm de fora e acabam também comprando dentro do comércio de Alagoinhas”.
Sobre o aumento de consumo, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) prevê um crescimento de 40% nas vendas, se comparados os meses de maio e junho. “Podemos fazer essa relação entre os meses de maio e junho, mas é interessante que façamos uma comparação com junho do ano passado. Quando se faz esse comparativo, existe uma previsão de crescimento de 12% entre junho de 2024 e junho de 2025”.
“Quando se compara o mês de junho, por exemplo, com o mês de maio ou o mês de abril, existe um crescimento de mais de 40% nas vendas. Obviamente, de um modo geral, em nossas comparações, sempre fazemos o período de um ano com o mesmo período do ano passado. As festas estão começando mais cedo; então, isso faz com que a própria população se movimente para querer comprar, se arrumar para esse período, bem como também o turista que vem, acaba rodando no comércio, comprando. Percebemos que a decoração junina antecipada e a mobilização dos comerciantes entrando no clima junino estão contribuindo para esse crescimento”, avaliou.
Agricultura familiar
O agricultor Derneval Ribeiro dos Santos informou que o período que antecede o São João é de muita preparação da terra e planejamento do plantio, com colheita programada para atender ao mercado de amendoim e milho. Morador e trabalhador da comunidade do Buri, zona rural de Alagoinhas, ele pontuou que aproximadamente 20 pessoas trabalham nessa empreitada. “Começamos há 70 dias com o plantio para que a colheita aconteça no tempo certo. Tudo depende da chuva e das sementes. Creio que vamos tirar 20 sacos de amendoim, com um com 80 litros do produto. Já o milho, a nossa perspectiva é que seja de 10 mil espigas. Esperamos tirar cerca de R$ 6 mil pelo amendoim e R$ 8 mil pelos milhos vendidos”, disse. O agricultor também revelou que essa produção é destinada praticamente para o município de Alagoinhas. “Vendemos pouca coisa para fora da cidade, o estoque é quase totalmente consumido aqui mesmo, na Central de Abastecimento”.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego (SDEE), Deraldo Alves Carlos, o cálculo divulgado pela CDL deverá ser o mais próximo da realidade. “A SDEE realizou ações com microempreendedores individuais voltadas para o São João, com enfoque na educação financeira desses comerciantes, entre outros trabalhos com autônomos de nossa cidade e o Desenbahia, facilitando questões financeiras com a linha de crédito. Nesse período, antes das festas, visitamos grupos de comerciantes, restaurantes e percebemos que muitos já contrataram funcionários temporários para trabalhar na época junina. Esse aumento é perceptível, e creio que estará dentro da porcentagem apresentada pela equipe do CDL de Alagoinhas”, finalizou Deraldo.
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