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ESP/CE capacita profissionais de saúde para abordagem sobre doação de órgãos

Iniciativa integra portfólio de cursos do Projeto “Educação Permanente em Transplante”, promovido pela instituição de ensino, em parceria com a Ses...

06/06/2025 às 17h00
Por: Redação Fonte: Secom Ceará
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Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

Quase 90% dos transplantes de órgãos e tecidos no Brasil acontecem por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Ministério da Saúde (MS). Normalmente, os procedimentos são autorizados após o diagnóstico de morte encefálica – ou morte cerebral – ser feito pelas equipes médicas. Mas, até que tudo seja efetivado e o ato se torne esperança para pessoas que precisam da doação, um longo caminho tem que ser percorrido, começando pelo consentimento da família.

Wandson Barros, 36, é enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em Quixeramobim (CE), há seis anos. Além disso, ele atua como membro da Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do equipamento. A partir da vivência adquirida, o profissional ainda classifica a adesão dos parentes ao processo como um fator desafiante.

“A entrevista é uma das etapas mais difíceis porque temos de saber como lidar com alguém que enfrenta um momento de dor e fazer com que entenda como funcionam os trâmites da doação. Às vezes, existem, ainda, conflitos familiares, de um ou outro não querer aceitar, além de tentarmos descobrir o que o paciente queria em vida”, explica.

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Capacitação

Barros foi um dos 36 profissionais de saúde que integraram a turma do Curso Básico “Desafios na Entrevista Familiar”, promovido nessa quinta-feira (5) pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), em parceria com a Sesa, na sede da autarquia, em Fortaleza.

O objetivo da iniciativa foi aprimorar as entrevistas com as famílias em momentos delicados, aumentando as chances de autorização para a doação de órgãos e tecidos.

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Voltada para enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e médicos que atuam em unidades de saúde e na Rede de Procura de Órgãos do Ceará, a capacitação proporcionou, ao longo do dia, a análise de dados sobre os transplantes nos âmbitos estadual e nacional, a discussão de casos clínicos e manejos adequados de comportamentos, além do exercício de simulações realísticas.

De acordo com a instrutora do curso e coordenadora da Cihdott do Instituto Doutor José Frota (IJF), Aline Alves, a ideia é consolidar um planejamento de educação permanente eficiente entre as comissões intra-hospitalares de doação, que são responsáveis pelos diálogos com as famílias.

“A gente busca, então, capacitar esses profissionais para que eles tenham habilidades de comunicação, considerando as emoções dos envolvidos, e consigam fornecer não apenas a oportunidade da doação, mas o apoio emocional que o momento exige”. Assista ao depoimento de Alves.

Além dela, duas facilitadoras contribuíram com as aulas: a enfermeira e membro da Cihdott do IJF e do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Aline Nabuco Morel, e a enfermeira e coordenadora do Banco de Olhos do Ceará (BOC), Lisiane Paiva Alencar.

Em oito edições realizadas, o Curso Básico “Desafios na Entrevista Familiar”, que integra o portfólio do Projeto de Educação Permanente em Transplante, já capacitou mais de 200 profissionais. A expectativa é de que duas novas turmas sejam abertas pela ESP/CE ainda este ano.

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