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Ipesaúde oferece tratamento multidisciplinar para combate contra obesidade infantil

Centro de Endocrinologia e Diabetes atende, atualmente, 275 crianças e adolescentes com sobrepeso ou algum grau de obesidade

03/06/2025 às 09h21
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
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Fotos: Ascom Ipesaúde
Fotos: Ascom Ipesaúde

Nesta terça-feira, 3, é celebrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, uma data que convida a sociedade a refletir sobre os impactos dessa doença que atinge milhares de crianças e adolescentes no país. No Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), esse olhar de atenção e cuidado é colocado em prática diariamente, por meio do trabalho desenvolvido no Centro de Endocrinologia e Diabetes Luciano Barreto Júnior.

Atualmente, 275 crianças e adolescentes com sobrepeso ou algum grau de obesidade são acompanhados pelo Centro de Endocrinologia e Diabetes Luciano Barreto Júnior. Desses, 79 estão com sobrepeso, 154 com obesidade e 42 com obesidade grave. O atendimento é realizado de forma humanizada e por uma equipe multiprofissional especializada - endocrinologista, nutricionista e psicólogo - que busca o diagnóstico precoce e realiza o acompanhamento e tratamento da obesidade infantil e de outros distúrbios hormonais e metabólicos.

Problema além da balança

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Endocrinologista pediátrica do Ipesaúde, a médica Darina Mendonça explica que a obesidade infantil tem causas multifatoriais. Embora existam condições genéticas associadas, como algumas síndromes, o que mais se observa é a influência do ambiente familiar e dos hábitos adquiridos. “A obesidade muitas vezes vem de hábitos familiares inadequados. Por exemplo, com a ingestão de ultraprocessados e o sedentarismo, acaba-se perpetuando um padrão na família. A gente vê que grande parte dos pais obesos têm filhos obesos”, destaca.

A médica alerta ainda que a obesidade não afeta apenas a aparência física. “Ela pode alterar exames laboratoriais, como colesterol elevado e glicemia alterada, além de aumentar o risco de síndrome metabólica. Então, temos que olhar com cuidado para o paciente com sobrepeso e obesidade”, reforça.

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Ela explica que o diagnóstico é feito por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), avaliando peso e altura. A partir disso, são estabelecidas orientações para mudanças no estilo de vida com o envolvimento direto da família e da escola. “É com essa equipe que a gente vai conseguir adquirir bons hábitos, como alimentação adequada e atividades físicas”, acrescenta Darina.

Alimentação saudável

Para a nutricionista materno-infantil Rebecca Pontes, o tratamento da obesidade infantil precisa ser feito de forma integrada, com foco na reeducação alimentar e no fortalecimento de hábitos saudáveis desde cedo. “Uma alimentação rica em alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras, que são mais calóricos, vai contribuir para o ganho de peso e, consequentemente, para a obesidade infantil”, alerta.

A nutricionista ressalta que é fundamental estimular o consumo de alimentosin natura, como frutas, legumes e verduras, além de manter uma boa hidratação, respeitar a saciedade e ter horários regulares para as refeições. “A família oferece o exemplo do ambiente alimentar e a escola tem um papel fundamental na educação nutricional e na oferta de refeições equilibradas”, pontua.

Dentro da equipe multidisciplinar, o nutricionista tem papel essencial na avaliação dos hábitos alimentares e na elaboração de um plano alimentar individualizado, atuando em conjunto com o endocrinologista e demais profissionais.

Saúde mental 

Além dos impactos físicos, a obesidade infantil pode trazer consequências emocionais significativas. A psicóloga Ana Karina Braga alerta para a relação entre o excesso de peso e questões como ansiedade, angústia e depressão. “A criança não tem um limite bem estabelecido pela imaturidade e pode querer compensar alguma frustração com o alimento. Isso pode acarretar a obesidade”, explica.

A psicóloga também reforça o quanto o olhar da sociedade influencia diretamente na saúde mental dessas crianças. “A sociedade precisa ter um olhar mais leve, mais sensível, sem rótulos, sem julgamentos, para que essa criança tenha menos prejuízo na sua saúde mental”, afirma. “O impacto emocional pode ser enorme, gerando insegurança, sentimento de inadequação, rejeição e uma vontade de compensar isso se alimentando mais vezes”, completa.

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