Nesta primeira semana do mês, no dia 5, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas ambientais são amplos, abrangem questões como poluição, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, uso de recursos naturais, e a relação com a saúde humana. São desafios globais que exigem atenção e estudos científicos. Nesta área de pesquisa o Governo do Estado da Paraíba financia projetos como o BioInova que estrutura um levantamento dos índices de carbono no estado.
De acordo com o secretário da Secties, Claudio Furtado, a sustentabilidade e o desenvolvimento precisam andar lado a lado. “A questão do meio ambiente hoje é uma questão muito cara. O Estado da Paraíba tem trabalhado muito nessa direção, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente. Um exemplo disso é que hoje, dentro da Secretaria, temos o desenvolvimento do Programa Bioinova, que realiza um mapa de carbono da Paraíba, além de outras partes educativas que visam a questão do crédito de carbono. Ou seja, há uma série de questões importantes para quem vem fazer negócios aqui no Estado da Paraíba e também para a preservação ambiental. Hoje você não pode discutir ciência e tecnologia sem pensar na questão do meio ambiente”, enfatizou.
Os estudos abrangem a mensuração de carbono livre e biomassa aérea em pontos específicos da Paraíba e aplicações, considerando o mercado de crédito de carbono. Essa é a primeira amostragem feita até hoje para o estado e está em andamento. O investimento total de R$ 383,140 mil é executado por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior do Estado da Paraíba (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).
Um dos sub-projetos que integram o BioInova chamado “Levantamento de Estoque de Carbono e Biomassa Aérea no Estado da Paraíba” visa mapear o estoque de carbono e a biomassa aérea na Paraíba. Os dados coletados são fundamentais para entender a dinâmica da vegetação e os impactos das mudanças climáticas na região e contribuem para políticas de mitigação das mudanças climáticas.
É importante esclarecer que “estoque de carbono” é o gás que não subiu para a atmosfera. Ficou retido pela vegetação minimizando o aquecimento global. E a biomassa aérea inclui a vegetação acima do solo - troncos, galhos, folhas, etc. O professor de Ecologia da Universidade Estadual da Paraíba em João Pessoa, Cleber Salimon, coordenador deste subprojeto, explica a dinâmica em campo: “A coleta de dados foi realizada em três sítios distintos, com um total de nove locais amostrados na Estação Experimental de São João do Cariri (onde a vegetação está degradada), na Fazenda das Almas (uma área preservada da caatinga) e REBIO Guaribas (Mata Atlântica preservada). Foram amostradas mais de 2 mil árvores em uma área total de 6.750 m².”
Cleber Salimon informou que a parte concluída dos estudos permitiu a elaboração de mapas da presença das plantas que resultam na estimativa de estoque de carbono do Estado. Mas, a notícia é desafiadora. O mapeamento registrou em torno de 131 milhões de toneladas de carbono em estoque no estado, um valor muito baixo, segundo o professor Cleber. A supressão da vegetação nativa é identificada como a principal causa dos baixos estoques de carbono na Paraíba.
“Existe uma relação muito importante entre o carbono e o bem-estar do meio-ambiente. Quanto mais carbono tem na vegetação significa que ela é conservada. O mapa demonstra que boa parte do estado tem muito pouco carbono, porque boa parte do estado é muito desmatado e degradado. Mas se deixar a vegetação crescer volta a ter mais carbono, mais água nos rios e, mais biodiversidade”, ressalta Cleber Salimon.
Os dados coletados demonstram que a biomassa aérea varia entre 6 Mg/ha (caatinga degradada) e 65 Mg/ha (floresta atlântica). A diferença entre Caatinga conservada e degradada é visível. Segundo o professor, algumas áreas conservadas apresentam o dobro da biomassa: “Em relação ao semiárido, observamos uma nítida distinção entre Caatinga conservada e Caatinga degradada, onde as áreas conservadas apresentam o dobro ou mais de biomassa aérea e estoque de Carbono. Isto tem implicações para planos de Crédito de Carbono e mostra o potencial de sequestro de Carbono em áreas degradadas, se elas forem restauradas”.
No momento os resultados são preliminares e mais amostragens são necessárias para aprimorar a análise. Os mapas de biomassa e estoques de carbono serão disponibilizados para municípios, para auxiliar em iniciativas de sustentabilidade, para planos de manejo e projetos de crédito de carbono.
“Combater a Poluição Plástica”: tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2025
O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, “Combater a Poluição Plástica”, ataca diretamente o consumo exacerbado de materiais plásticos. A data 5 de junho foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, ano em que foi realizada a Conferência de Estocolmo-72, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, um evento histórico sediado na capital da Suécia. Este foi o primeiro grande evento mundial sobre meio ambiente, reunindo 113 países. Foi o precursor da “ECO-92”, realizada no Rio de Janeiro em 1992 e da “Rio+20”, realizada em 2012 e que marcou o vigésimo aniversário da Rio-92.
A partir de 1972 as discussões globais sobre a preservação ambiental ganharam força e o Dia Mundial do Meio Ambiente é realizado anualmente desde 1973. Tornou-se um palco para promover o progresso nas dimensões ambientais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O país que sediará o evento neste ano é a Coréia do Sul.
Neste ano, o combate é contra a poluição por plásticos. Segundo a ONU, “o mundo produz mais de 430 milhões de toneladas de plástico anualmente, dois terços dos quais são produtos de vida curta que logo se tornam resíduos, enchendo o oceano e, muitas vezes, entrando na cadeia alimentar humana”.
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