Símbolo de resistência no sertão nordestino, o umbuzeiro é uma árvore nativa do semiárido que resiste à seca, oferecendo frutos de grande valor nutricional e econômico. Em Canindé de São Francisco, município do Alto Sertão sergipano, a presença abundante dessa planta em áreas rurais contrasta com a baixa utilização de seus frutos, que muitas vezes caem sem serem aproveitados. Tal realidade representa não apenas o desperdício de um alimento rico, mas também a perda de oportunidades de renda e desenvolvimento para as famílias agricultoras.
Diante desse cenário, o Governo de Sergipe, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), iniciou um trabalho de diagnóstico técnico nas propriedades rurais do município. O objetivo é identificar áreas com alta incidência de umbuzeiros e orientar os produtores sobre as formas de aproveitamento, beneficiamento e comercialização do fruto.
A ação faz parte da estratégia estadual que busca fortalecer a agricultura familiar e estimular o uso sustentável dos recursos naturais da região. Por meio da assistência técnica especializada, a Emdagro tem levado informações sobre o potencial econômico do umbu, suas formas de transformação em produtos como polpas, doces e geleias, além de estratégias para inserção desses derivados no mercado local e regional.
De acordo com Jean Carlos Nascimento, diretor de Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesca (DIRATERP), o diagnóstico revela uma riqueza muitas vezes invisível, que pode ser transformada em oportunidade concreta para o agricultor familiar.
“O umbuzeiro é uma dádiva do semiárido. Nosso papel, como Emdagro, é mostrar que esse fruto pode ser muito mais do que algo que se perde no chão. Com orientação técnica, é possível agregar valor, gerar renda e desenvolver a cadeia produtiva do umbu, que tem grande aceitação no mercado. Estamos ajudando a transformar o que antes era desperdiçado em fonte de sustento para muitas famílias. Com isso, a Emdagro reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento da economia rural e o resgate de saberes tradicionais aliados à inovação”, pontuou o diretor.
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