O ‘Maio Laranja’ é o mês de conscientização de enfrentamento e prevenção ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Para acolher essas vítimas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), dispõe de um equipamento que faz atendimento completo. Trata-se do Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil de Sergipe (Crai), o primeiro do Norte e Nordeste e segundo do país com acolhimento e atendimento por equipe multidisciplinar.
De acordo com a coordenadora do Crai e superintendente da MNSL, Lourivânia Prado, os dados são alarmantes e crescentes. “Somente no primeiro quadrimestre de 2025 foram 2.319 atendimentos no Crai. Foram 789 atendimentos médicos, 646 atendimentos de Psicologia, 365 de Serviço Social e 160 perícias médicas, como também 359 coletas de materiais para exames. São crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, cuja maior prevalência é entre 11 e 15 anos, e os agressores estão dentro do ambiente familiar ou são conhecidos da vítima”, informou.
A unidade é porta aberta, onde a família pode levar a criança ou adolescente vítima de violência sexual diretamente ao Centro de Referência, como também poderá ser encaminhada pelo Conselho Tutelar, delegacia de polícia, Ministério Público ou qualquer órgão de saúde, educação ou afins, devendo estar acompanhada por uma pessoa responsável. Também é possível ingressar no serviço por meio do pronto atendimento, nos casos de urgência/emergência, ou por agendamento, nos casos crônicos sem emergência. O contato com o Crai está aberto de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, pelos telefones (79) 3225-8650 e (79) 3225-8654, ou pelo e-mail: crai.se.mnsl@gmail.com .
Combate
Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, nos últimos quatro anos, os casos notificados subiram 195%, saltando de 6.380 em 2020 para 18.826 em 2024. São mais de 115 mil casos por ano no Brasil, conforme o Atlas da Violência 2025. “No dia 18 de maio foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil, mas foi instituído o ‘Maio Laranja’, como o período dedicado à conscientização e combate a esta forma de violência”, lembrou Lourivânia.
A coordenadora do Crai pontuou ainda que há um esforço conjunto de vários órgãos para tentar minimizar esse tipo de violência, como o Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público de Sergipe (MPSE), Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), entre outros: “No último dia 19, por exemplo, houve um evento promovido pela Escola Superior do Ministério Público de Sergipe e o Centro de Apoio Operacional da Infância e Adolescência, o ‘Seminário Proteção Integra (da)’ onde falamos sobre os desafios e estratégias do Crai”.
“Depois do primeiro cuidado realizado no Crai, a vítima é encaminhada à Rede de Atenção e à Saúde. A criança ou adolescente volta para a sociedade e precisamos do fortalecimento dos municípios, criando seus próprios fluxos de atendimento e acolhimento. Essa vítima precisa de monitoramento em longo prazo para que consigamos minimizar o dano grave à saúde”, complementou Lourivânia.
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