A Mata Atlântica ocupa mais da metade da cobertura vegetal de Sergipe, e, assim como acontece em outros estados do Brasil, onde apenas 5% dessa vegetação segue de pé, ela representa um tesouro de biodiversidade a ser preservado. Por isso, o Governo do Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac), escolheu a Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, em Capela, município do leste sergipano, para realizar evento em alusão ao Dia Nacional da Mata Atlântica, que é celebrado hoje, 27 de maio.
O evento aconteceu na sede da unidade e contou com a posse do novo Conselho Consultivo e apresentação da Trilha Interpretativa Pau-Brasil, a primeira mapeada e adequada às normas de segurança a existir no estado. “A Mata do Junco é a segunda maior extensão de Mata Atlântica presente em Sergipe, então é de grande importância comemorar o dia de hoje aqui, como forma de mostrar a necessidade da conservação desse bioma”, apontou a assessora da Gerência de Áreas Protegidas e Florestas, Aída Guarany.
Estavam presentes no evento representantes de órgãos públicos do Estado, dos municípios de Capela, de Nossa Senhora das Dores, no agreste sergipano, de Siriri, no agreste do estado, e da sociedade civil, que fazem parte do atual Conselho Consultivo da unidade.
Novo Conselho
Toda Unidade de Conservação precisa tanto das entidades e órgãos públicos que trabalham junto à Semac, quanto da sociedade civil. “Por isso que a posse do conselho na Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco é tão importante. É o conselho que nos auxilia em um modelo de gestão participativa, que fomenta projetos de conservação e traz as comunidades para a vivência da importância do bioma”, informou Aída Guarany, que também tomou posse como Conselheira Suplente da Unidade de Conservação da Mata do Junco.
Para Pedro Alves, membro fundador do primeiro Conselho e responsável por articular a criação da Unidade de Conservação Ambiental, o novo conselho é uma forma de pensar no futuro. “Estamos nessa luta desde 2005, quando percebemos a necessidade de proteger a área contra a deterioração que estava acontecendo. Quase tudo virou canavial. Tudo o que fizemos foi pensando em deixar alguma coisa para as futuras gerações, meio ambiente é vida”, enfatizou.
Educação ambiental
Como parte da programação do dia, houve a apresentação da Trilha Interpretativa Pau-Brasil, fruto dos estudos de doutorado do professor do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Fábio Castro. Segundo ele, a ideia de criar a trilha estruturada surgiu pensando na garantia da conservação do ambiente, como uma ferramenta para se trabalhar com educação ambiental. “A gente espera que essa trilha possa contribuir não só para a conservação da Unidade, mas que possa gerar outros benefícios, como a geração de renda e captação de ecoturismo”, reforçou o professor.
Essa é a primeira trilha no estado a seguir as normas técnicas de mapeamento e estruturação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e a sinalização preconizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Mata do Junco
O Refúgio de Vida Silvestre da Mata do Junco foi criado em 2007 com área total de 894,76 hectares. O objetivo da Unidade é proteger a vegetação nativa da Mata Atlântica e seus recursos ambientais, em especial as nascentes do riacho Largatixo, garantindo condições para sobrevivência e manutenção do macaco Guigó (Callibebus coimbai) e para a realização de pesquisas científicas, educação ambiental e ecoturismo.
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