Muito jovem, Ashley Edelman deixou a sua nativa Austrália para tentar a vida na Inglaterra. Ele conseguiu emprego como stripper em Cornwell.
"Eu estava no Exército desde os 17 anos e sempre tive dificuldades com a confiança, mas naquela época, a bebida mascarava minha ansiedade social", contou ele à "Newsweek". "Então, quando tive a oportunidade de me despir, pensei: Eu costumava ficar nu para me divertir no Exército de graça - pelo menos seria pago para isso", acrescentou ele.
A carreira de Ashley decolou, participando de um dos maiores shows de striptease itinerantes do Reino Unido. O estilo de vida, contou, era totalmente desregrado. Para se manter na crista da onda do mercado de strippers, o asutraliano tomou esteroides. O consumo de outras drogas também era comum.
Logo veio o burnout.
"Eventualmente, eu me esgotei", disse Ashley, revelando ter chegado ao fundo do poço em 2018. A carreira de stripper não era mais uma opção. Para a sua sobrevivência.
"Senti como se estivesse vendendo a minha alma", disse ele, mas ressaltando que não se arrependia do tempo passado na indústria adulta. "Serviu ao seu propósito. Mas, com o tempo, comecei a desafiar os meus próprios limites apenas por dinheiro", emendou.
Longe dos palcos e das drogas, Ashley começou a se redesenhar:
"Comecei a explorar a respiração, o desenvolvimento pessoal e a espiritualidade."
O novo caminho percorrido o levou a um monastério em Chiang Mai (Tailândia), onde passou um mês vivendo como um monge, sem celular nem música. Ele acordava todos os dias às 4 da manhã, cantava, fazia tarefas domésticas e frequentava aulas de dharma (ensinamentos de Buda).
"Tive experiências espirituais profundas, incluindo visões, que chamo de "downloads" e que me disseram que eu deveria me mudar para Dubai", contou Ashley. O emirado no Oriente Médio foi mesmo o seu destino após a "rehab" na Tailândia. "Tudo se encaixou perfeitamente", continuou ele.
Os seus clientes agora não estão atrás do corpo esculpido exibindo apenas uma tanga minúscula. Ashley passa os dias orientando clientes, ajudando as pessoas a regular o sistema nervoso e a "remover crenças limitantes".
"Sinto-me calmo, centrado e autoconsciente de uma forma que nunca imaginei ser possível", declarou.
Para manter o novo estilo de vida despreocupado, o ex-stripper disse que ficou longe das redes sociais por seis meses. Ele só retornou em abril de 2024, quando disse ter feito uma promessa a si mesmo de que só postaria o que estivesse alinhado com o seu "novo eu".
Ashley tem mais de 147 mil seguidores no Instagram, onde, segundo ele, compartilha sua história para inspirar outras pessoas.
"Muitas pessoas sofrem em silêncio. Elas acham que estão sozinhas. Mas todos nós passamos pelas mesmas coisas de maneiras diferentes e a transformação é possível. Eu costumava viver uma vida com a qual a maioria dos homens sonhava - acelerada, selvagem, sedutora. Agora vivo uma vida enraizada em servir. Tudo o que passei, cada show, cada erro, cada revelação, me trouxe até aqui", comentou ele, que não nunca se viu em tempo integral em monastério, mas garante ser um lugar ao qual pretende retornar sempre que possível.
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