O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (23),criticou a concessão de asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, condenada por lavagem de dinheiro em seu país. Heredia foi acusada de receber recursos ilegais de uma empreiteira durante o governo do marido, o ex-presidente Ollanta Humala, também condenado.
— Depois de três anos de julgamento pela Justiça peruana, com todo o direito à defesa e ao contraditório — algo que a gente não vê em nosso próprio país —, tanto o ex-presidente [Ollanta Humala] como a primeira-dama [Nadine Heredia] foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro e recebimento de dinheiro ilegal provenientes da Odebrecht, empresa brasileira, e do governo da Venezuela. Humala, o ex-presidente, continua preso. Foi o próprio Marcelo Odebrecht, em colaboração premiada na Lava Jato, que afirmou que o acerto para o envio de US$ 3 milhões para a campanha de Humala foi feito com Lula e Antonio Palocci — disse.
O senador criticou ainda o uso de avião da Força Aérea Brasileira para transportar Nadine Heredia ao Brasil, com autorização do governo federal. O senador informou que encaminhou um pedido de informações ao Ministério das Relações Exteriores sobre a operação, incluindo o uso do avião oficial.
— Asilo, um apoio humanitário, para asilar pessoas condenadas por corrupção. Enquanto, no Brasil, presos políticos que nada fizeram estão sendo perseguidos e massacrados, com requintes de crueldade, pela vingança instituída nesse regime Lula e STF em que vivemos. Segundo André Marsiglia, renomado jurista e professor de Direito Constitucional do Brasil, esse asilo da esposa de Humala contraria princípios básicos de convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. Seria transformar um crime comum em proteção diplomática. Asilo político jamais pode se transformar num substitutivo recursal em processos de crimes comuns.
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