Abril é um mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A campanha foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar a sociedade e também combater a discriminação. Pensando nisso, uma equipe multidisciplinar do Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza, formada por assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, realizaram uma roda de conversa com acompanhantes de pacientes internados na unidade.
A ação visou sensibilizar acompanhantes com relação a tudo que envolve a criança autista, já que a unidade é referência estadual em atendimento infantil e a equipe percebe demandas relacionadas a prioridades e direitos da criança com TEA. “Durante a ação, passamos pelas enfermarias e brinquedoteca distribuindo panfletos com informações básicas e também conversamos com os acompanhantes, ressaltando a importância do acompanhamento multidisciplinar e das terapias”, afirmou a responsável técnica em Assistência Social do HC, Shyrlen Pacheco.
De acordo com Shyrlen, a unidade entende que a criança com autismo tem muitas demandas e que a família precisa entender a importância das terapias e do acompanhamento. “Muitas vezes a família não conhece todos os direitos e a necessidade desse acompanhamento multidisciplinar”, reforçou.
A seletividade alimentar é uma das características possíveis da criança com TEA, e durante o internamento, as crianças recebem esse apoio da equipe de nutricionistas do Hospital da Criança. A nutricionista do HC, Viviana Ferreira, destacou que algumas crianças possuem sensibilidade a algumas comidas e suas texturas, e isso acaba influenciando diretamente em sua nutrição e, consequentemente, na saúde dessa criança. “Por isso, é muito importante essa criança ser assistida por terapias que vão auxiliá-la nesse processo, e a gente vai adaptando a alimentação para atender a essas necessidades nutricionais”, explicou.
Outra característica que pode estar relacionada ao Transtorno do Espectro Autista é andar na ponta dos pés ou ter dificuldade com a coordenação motora, por exemplo. Nesse quesito, a equipe de fisioterapia pode auxiliar, visando melhorar a qualidade de vida e também a independência funcional dos pacientes, conforme explicou a responsável técnica em fisioterapia da unidade, Flávia Raquel.
Em relação à dificuldade de interação social, fica a cargo da equipe de Psicologia trabalhar nesta área. “Nosso papel é ajudar a compreender as necessidades da criança e desenvolver estratégias que possam melhorar a qualidade de vida e seu processo de desenvolvimento”, acrescentou a psicóloga da unidade de saúde, Ivanesk Andrade.
Acompanhantes
A ação voltada para os acompanhantes recebeu a aprovação da mãe de Theo, Crislaine Santos. “Eu tenho dois filhos, e um deles tem autismo. Identificamos por volta dos seis meses, quando percebemos que ele não se desenvolvia como as outras crianças, tinha algumas limitações. Levamos para um neurologista e, assim que foi dado o diagnóstico, começamos as terapias e assim, percebemos a sua evolução. Gostei muito da abordagem da equipe do hospital. É muito importante esse tipo de ação porque quem não tem filho autista conhece alguém que tem, e é fundamental saber desses direitos e prioridades tem um motivo”, relatou.
Quem também elogiou a ação do HC foi a dona de casa Raquelayne dos Santos. “A gente precisa falar mais sobre o assunto. Muita gente que não tem filho autista não entende o comportamento de uma criança com o transtorno. Então, é fundamental conhecimento para auxiliar essas famílias e, assim, a criança ter uma vida melhor”, observou.
Mín. 18° Máx. 30°