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STF arquiva investigação contra Bolsonaro por fraude em cartão de vacina.

STF arquiva investigação contra Bolsonaro por fraude em cartão de vacina.

28/03/2025 às 18h46
Por: Redação Fonte: Agência ICL noticias
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STF arquiva investigação contra Bolsonaro por fraude em cartão de vacina.

STF arquiva investigação contra Bolsonaro por fraude em cartão de vacina.

 

Decisão do ministro Alexandre de Moraes reconhece ausência de provas contra ex-presidente; aliados próximos continuam réus na Justiça Federal.

A investigação da Polícia Federal sobre fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19 resultou no indiciamento de aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas foi arquivada em relação ao próprio ex-presidente. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acompanhou manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que também concluiu não haver provas suficientes para sustentar uma denúncia criminal contra Bolsonaro.

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Segundo relatório final da PF, o grupo formou uma associação criminosa que, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, inseriu dados ideologicamente falsos de vacinação nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde. O objetivo era obter certificados de vacinação para burlar regras sanitárias e viabilizar viagens internacionais.

Ao todo, foram indiciadas 16 pessoas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro; Gabriela Cid, esposa do militar; o deputado federal Gutemberg Reis (RJ); o ex-major Ailton Barros; e os ex-seguranças Max Guilherme e Sérgio Cordeiro. O relatório da PF afirma que, em 21 de dezembro de 2022, dados falsos foram inseridos no sistema do SUS em nome de Jair Bolsonaro e de sua filha Laura.

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Moraes arquiva inquérito das vacinas

Mauro Cid, em delação premiada, afirmou que a ordem para forjar os registros partiu do próprio ex-presidente. No entanto, a PGR alegou que a delação, por si só, não é suficiente para fundamentar uma acusação. “Somente o colaborador afirmou que o presidente lhe determinara a realização do ato”, escreveu a PGR, ressaltando que a Lei 12.850/2013 proíbe o recebimento de denúncia baseada exclusivamente nas declarações de colaboradores, sem provas independentes que as confirmem.

Moraes arquiva inquérito das vacinas

No caso de Gutemberg Reis, a PGR apontou que ele teria se vacinado de fato, o que afastaria a tipificação penal por ausência de dolo e vantagem indevida.

Com isso, Moraes determinou o arquivamento do inquérito quanto a Bolsonaro e Gutemberg, mas remeteu os demais investigados para a Justiça Federal do Distrito Federal. Entre os crimes atribuídos estão falsidade ideológica (art. 299), uso de documento falso (art. 304), inserção de dados falsos em sistema público (art. 313-A) e associação criminosa (art. 288), conforme descrito pela PF.

A investigação segue em curso nas instâncias inferiores, agora com foco nos aliados diretos do ex-presidente e no núcleo operacional da fraude. Moraes ressaltou que o arquivamento é irretratável, salvo surgimento de novas provas.

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