Os EUA impuseram novas tarifas sobre as exportações europeias. A UE anuncia contramedidas imediatas.
A escalada do conflito comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos já se materializou, conforme as tarifas impostas pelos EUA sobre aço e alumínio provenientes da Europa começaram a vigorar nesta quarta-feira, 12 de março.
O presidente americano, Donald Trump, havia antecipado essa medida há algum tempo, permitindo que a Comissão Europeia se preparasse para ações de resposta.
As contramedidas da UE prometem ser contundentes e estratégicas. Em declarações feitas na quarta-feira, representantes da Comissão Europeia afirmaram que a resposta será equivalente em valor aos impostos cobrados, visando atingir setores da economia americana que possam causar maior impacto.
Esse não é o primeiro embate entre a UE e o governo Trump; em 2018, o presidente havia instaurado tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio europeu, justificando a decisão com questões de “segurança nacional”.
Sob a administração de Joe Biden, a UE chegou a um acordo que suspendeu grande parte dessas tarifas.
No entanto, o atual desentendimento possui uma magnitude muito maior. As tarifas sobre alumínio foram elevadas de 10% para 25%, afetando não apenas produtos metálicos, mas também bens que contenham aço ou alumínio em sua composição, como móveis e equipamentos de ginástica.
Ainda que os estados membros da UE não sejam os principais fornecedores de aço dos EUA — com apenas 2% das importações americanas vindas da Alemanha —, o valor das mercadorias sujeitas às novas tarifas soma 26 bilhões de euros, representando cerca de 5% das exportações da UE para os EUA.
Os importadores americanos devem se preparar para custos adicionais de até 6 bilhões de euros.
Como resposta, a partir do dia 1º de abril, a UE aplicará tarifas sobre produtos como motocicletas, jeans e uísque. Essas ações são parte de um pacote previamente utilizado em 2018, quando a UE buscou penalizar estados que apoiavam Trump.
A partir da metade de abril, outras categorias de produtos também estarão sujeitas a tarifas adicionais.
A lista inclui uma vasta gama de itens — desde carnes e frutas até produtos industriais como têxteis e móveis — totalizando 99 páginas de possíveis alvos tarifários.
A estratégia da Comissão Europeia visa ser astuta; embora abrangente, a aplicação das contratações pretende minimizar danos aos consumidores europeus.
Os alvos incluem produtos oriundos de estados representados por senadores republicanos. A lista de políticos na linha de fogo inclui figuras proeminentes como Mike Johnson, o porta-voz da Câmara dos Representantes dos EUA.
Originário da Louisiana, um estado produtor de soja que também será alvo das novas tarifas, há expectativa de que esses representantes exerçam pressão sobre Trump para resolver o conflito comercial.
Enquanto isso, a Comissão permanece aberta ao diálogo com o governo americano na busca por uma solução pacífica antes que as tarifas entrem em vigor.
A recente mudança nas tarifas por parte de Trump em relação ao Canadá e ao México indica que ele pode adotar um comportamento semelhante em relação à UE.
A falta de clareza quanto às intenções do presidente dificulta a formulação de propostas conciliatórias por parte da Comissão Europeia.
Com Trump buscando promover a produção americana ao restringir empresas europeias, a possibilidade de uma escalada no conflito continua iminente.
Cenários como tarifas sobre automóveis ou produtos farmacêuticos teriam um impacto severo sobre a economia europeia.
Além disso, Trump tem ameaçado impor um imposto geral de 25% sobre todos os produtos da UE.
Como resposta potencial, a UE considera medidas contra gigantes tecnológicos como Google e Meta.
Embora essa ação ainda não tenha sido concretizada, ela representa uma ameaça real que poderia intensificar o conflito dado o bom relacionamento desses líderes com Trump.
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