Na sessão ordinária desta quarta-feira (27), o co-vereador do Coletivo Nós (PT), Jhonatan Soares, usou a tribuna da Câmara, durante o grande expediente, para falar sobre o plano de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.
O parlamentar repudiou o plano para tentativa de golpe e destacou o envolvimento de militares e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A Polícia Federal (PF) investigou e indiciou, de forma muito assustadora, 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa”, disse.
Jhonatan Soares destacou que as novas informações apresentadas pela PF no início desta semana apontam Jair Bolsonaro como um dos principais líderes e articuladores do plano, com a participação de nomes importantes de seu governo como o ex-ministro da defesa, general Braga Netto; e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
Fracasso
O co-vereador também repercutiu o relatório divulgado pela Polícia Federal nesta terça-feira (26), que concluiu que o golpe fracassou por falta de adesão dos chefes do Exército (general Marco Antonio Freire Gomes) e da Aeronáutica (tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior).
Jhonatan Soares acrescentou que a partir da recusa em participar das ações golpistas, os ex-chefes das Forças Armadas passaram a ser tratados com desprezo e desdém pelas pessoas que queriam atentar contra a democracia.
“Eles não aceitaram e a partir dali começaram a ser achincalhados, começaram a ser vistos como traidores da pátria, traidores da nação, por não terem aceitado a tentativa de golpe. Esses homens são verdadeiros heróis da nossa nação, esses sim, esses militares merecem ter os seus nomes em escolas, em avenidas, ter os seus nomes gravados na história porque o não desses homens inclusive impediu um novo golpe militar no nosso país”, afirmou.
Segundo informações da Polícia Federal, o plano de golpe incluía a prisão de membros do judiciário e atentados contra a vida do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em aparte, o vereador Marquinhos (União Brasil) defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que a tentativa de golpe é apenas uma narrativa do sistema atual para perseguir e remover a direita do processo eleitoral.
“Não houve armas, não houve mobilização das forças militares, das forças armadas, não houve nada disso. E outra coisa, como é que o cara em pensar em matar alguém está cometendo crime? O crime é quando se pega a arma e vai lá para fazer, para a ação, aí de fato é um crime”, disse.