O americano vê o mundo como um gigantesco tabuleiro do jogo Banco Imobiliário. Só faltou considerar que há pessoas vivendo em cada quadradinho
O presidente americano Donald Trump (foto) tem atuado como sua cabeça de desenvolvedor imobiliário em diversas crises pelo mundo.
Foi como empresário do setor de imóveis que Trump multiplicou o patrimônio de seu pai, Fred Trump.
Mas seu sucesso na área é contestado, uma vez que seus campos de golfe geraram prejuízo e vários de seus cassinos faliram.
É essa experência que está sendo colocada à prova pelo mundo.
Em seu primeiro mandato, em 2018, Trump conversou pessoalmente com o ditador norte-coreano Kim Jong-un, em Singapura.
Na ocasião, seus assessores mostraram um vídeo de quatro minutos para Kim, mostrando as maravilhas que poderiam ocorrer no país asiático caso um acordo fosse alcançado.
“Eles (norte-coreanos) têm ótimas praias. Você vê isso sempre que eles explodem os canhões no oceano. Eu disse, olhe para aquela vista. Dariam ótimos apartamentos. Eu disse que, em vez de fazer aquilo, eles poderiam ter os melhores hotéis do mundo. Pense nisso da perspectiva imobiliária. Coreia do Sul, China e eles estão no meio. Ótimo. Ele olhou para aquela fita (filme)”, disse Trump na ocasião.
O resultado foi nulo.
Kim não comprou o projeto imobiliário de Trump e hoje fornece munições e soldados para a Rússia na invasão da Ucrânia.
A mesma abordagem está sendo usada na Faixa de Gaza.
Trump sugeriu remover quase dois milhões de palestinos do território para permitir que os investimentos sejam feitos.
Os palestinos seriam acolhidos pelo Egito e pela Jordânia, em espaços montados para esse fim.
Mas Trump, em uma entrevista, admitiu que os palestinos não poderiam voltar para Gaza.
Um vídeo compartilhado esta semana na conta de Trump no Instagram mostrava ele e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em uma piscina e um cassino com a fachada "Trump Gaza".
Os palestinos foram desconsiderados, o que irritou aliados árabes dos americanos no Oriente Médio.
Trump já cogitou comprar a Groenlândia porque vê no território que pertence à Dinamarca um elevado potencial.
Em 2019, ele afirmou: “Muitas coisas podem ser feitas. Essencialmente, é um grande negócio imobiliário".
Em relação à Ucrânia, Trump pediu que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky entregasse os minerais estratégicos que estão no subsolo, mas se recusou a dar qualquer garantia em troca.
Para Trump, é como se o mundo tivesse virado um grande tabuleiro do jogo Banco Imobiliário.
Só faltou ele considerar que há pessoas vivendo em cada quadradinho do mapa.
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