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“A direita está reescrevendo as regras da cultura do cancelamento”

“A direita está reescrevendo as regras da cultura do cancelamento”

27/02/2025 às 10h19 Atualizada em 27/02/2025 às 19h21
Por: Redação Fonte: Agência O Antagonista
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“A direita está reescrevendo as regras da cultura do cancelamento”

“A direita está reescrevendo as regras da cultura do cancelamento”

 

Christopher Rufo analisa como os conservadores estão transformando a cultura política e revendo os limites do debate público

O jornalista e escritor Christopher F. Rufo publicou artigo intitulado The Right Is Changing Cancel Culture’s Rules em seu Substack. Rufo argumenta que, após anos denunciando a “cultura do cancelamento” promovida pela esquerda, a direita americana está agora reescrevendo essas regras. Segundo ele, “todas as culturas cancelam. A questão é: por quê e por quem?”

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Rufo descreve como a chegada do segundo governo Trump mudou o cenário. Ele menciona os casos de Robert F. Kennedy Jr. e Pete Hegseth, nomeados para cargos no governo, cujas indicações poderiam ter sido barradas no primeiro mandato de Trump.

Agora, apesar das acusações contra ambos, “os republicanos do Senado se mantiveram firmes e confirmaram os dois homens”. Para o autor, isso demonstra um novo equilíbrio de poder.

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Outro exemplo citado é o de Marko Elez, um assessor do Departamento de Governo e Orçamento (DOGE), que foi exposto por postagens anônimas em redes sociais contendo declarações polêmicas.

Ele renunciou, “em um ato de autocancelamento preventivo”, mas foi rapidamente defendido por colegas e pelo vice-presidente J. D. Vance, que argumentou que “atividades estúpidas nas redes sociais não deveriam arruinar a vida de um jovem”. Elez foi então reintegrado ao cargo.

Rufo destaca que a cultura sempre impõe limites ao discurso aceitável e que “regras de etiqueta, decoro e aceitabilidade sempre existirão”. O que muda, segundo ele, é quem define essas normas e quais valores são priorizados.

No período em que a esquerda dominava a cultura, a regra era punir desvios das ideologias do “interseccionalismo, teoria crítica racial e culto de gênero”. Agora, a direita tem a oportunidade de estabelecer um novo paradigma.

O autor sugere que a direita deve não apenas proteger seus aliados de “tentativas de cancelamento injustas”, mas também “impor consequências justas aos adversários políticos que violarem os novos termos”.

Ele prevê que essa mudança será testada em novas nomeações do governo Trump, especialmente em cargos de segundo escalão, onde “a esquerda tentará usar declarações passadas contra os indicados”. O conselho de Rufo aos republicanos é que resistam a essa pressão e adotem uma abordagem mais equilibrada.

Por fim, Rufo argumenta que o eleitorado americano está cansado das restrições de discurso impostas na última década.

Se a direita conseguir reescrever as regras do cancelamento, “a presidência de Trump pode marcar uma nova era de liberdade cultural” e consolidar um modelo em que os conservadores passam “da defesa permanente para o governo baseado em seus próprios princípios”.

Quem é Christopher Rufo

Christopher F. Rufo é jornalista, escritor e pesquisador sênior do Instituto Manhattan.

Ele se tornou uma das principais vozes da direita americana ao criticar a influência da teoria crítica racial e de políticas identitárias em instituições públicas e privadas.

Autor de America’s Cultural Revolution: How the Radical Left Conquered Everything, Rufo teve papel central na formulação das políticas de Trump contra treinamentos corporativos sobre “privilégio branco” e na oposição a iniciativas progressistas em escolas e universidades.

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