A safra de café caiu com as crises climáticas, elevando os preços. Oferta reduzida e demanda alta agravam o cenário
A produção de café encolheu com secas e temperaturas extremas, afetando grandes produtores como Brasil e Vietnã. A oferta caiu, mas a demanda segue em alta, puxando os preços para cima. Para piorar, a valorização do dólar e a especulação no mercado aumentam a volatilidade e a incerteza no setor.
O cenário preocupa exportadores e consumidores. Com o real desvalorizado, vender para fora ficou mais vantajoso, e o Brasil bateu recorde de exportação, superando 50 milhões de sacas em 2024. Mas a pressão sobre os estoques internos mantém os preços elevados.
As projeções para 2025 não são otimistas. Com a produção em queda e o consumo em alta, os preços do café devem seguir em ritmo de alta. O desafio agora é equilibrar oferta e preço sem comprometer o mercado.
Segundo a Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o brasileiro bebe, em média, 1.430 xícaras por ano. Mesmo com a alta de 37,4% no preço em 2024, o consumo segue firme. Até dezembro, um pacote de 1 kg do café tradicional chegou a custar R$ 48,90.
O mercado também mudou. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que o país exportou mais de 50 milhões de sacas no último ano. Enquanto isso, cápsulas e cafés especiais ganharam espaço, atraindo consumidores dispostos a pagar mais por qualidade.
Apesar da forte demanda externa, 40% da produção nacional permaneceu no mercado interno. Mas o cenário preocupa. Com a safra ameaçada, especialistas projetam novos aumentos. Ainda assim, para o brasileiro, café caro continua melhor do que ficar sem.
A produção enfrenta desafios, e o cenário não indica alívio para o consumidor. Com a safra reduzida e a demanda crescente, os preços seguem pressionados. O impacto já é sentido no varejo, onde o custo da bebida aumenta sem sinais de estabilização. Enquanto isso, produtores lidam com incertezas sobre as próximas colheitas, ampliando a preocupação no setor.
Além das mudanças climáticas, que reduziram a produção, a demanda global disparou. A China entrou forte no mercado e saltou da 20ª para a 6ª posição entre os maiores compradores do café brasileiro desde 2023. O Brasil, maior produtor do mundo, agora vê sua safra cada vez mais disputada.
E a tendência não é animadora. As projeções para a safra de 2025 não são boas, e a oferta deve continuar apertada. Mesmo com 40% da produção ficando no mercado interno, o preço do café pode seguir subindo. A dúvida é: até quando o consumidor vai conseguir pagar?
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