Além da dancinha, as tartarugas marinhas ainda conseguem guardar as coordenadas de lugares relevantes na memória
Tartarugas marinhas dançam pelo oceano para marcar seus lugares favoritos, aponta um estudo publicado na revista Nature. Já se sabia que alguns animais – como as tartarugas – usam o campo magnético da Terra como uma espécie de bússola, mas o novo artigo mostra que as espécies também usam essas informações para determinar sua posição geográfica.
Como descrito no estudo, a equipe descobriu que as tartarugas marinhas podem “aprender e lembrar a assinatura magnética natural de uma área geográfica” para traçar mapas de lugares relevantes, como pontos de alimentação ou de construção de ninhos. A forma como fazem isso, entretanto, ainda permanece uma incógnita para os cientistas.
Para o estudo, a equipe colocou tartarugas-comuns em um tanque equipado com uma bobina capaz de reproduzir o campo magnético do Oceano Atlântico, alterando-o diariamente por dois meses entre a costa da América do Norte e o Golfo do México. Porém, as tartarugas só eram alimentadas quando recebiam as informações de uma das áreas.
Sabendo que estavam no campo de alimentação, as tartarugas faziam movimentos em círculos na água e abriam a boca – comportamento que foi apelidado pelos cientistas de “dança da tartaruga”. Mesmo após quatro meses, elas ainda conseguiam identificar perfeitamente a área na qual seriam alimentadas.
De acordo com os autores do estudo, a hipótese mais forte é que, enquanto o sentido da bússola magnética “depende da magnetorecepção química” – ou seja, da capacidade de sentir o campo magnético -, o mapa é fruto de um “mecanismo alternativo” que, por enquanto, segue um mistério.