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Carnaval no Carmo: Comerciantes voltam a reclamar após confirmação de bloquinhos no bairro.
Carnaval no Carmo: Comerciantes voltam a reclamar após confirmação de bloquinhos no bairro.
15/02/2025 18h04
Por: Redação Fonte: bnews
Comerciantes discutem os efeitos das festas de Carnaval na economia e na vida cotidiana do Santo Antônio | Bnews - Divulgação Vitória Oliveira - BNews

Carnaval no Carmo: Comerciantes voltam a reclamar após confirmação de bloquinhos no bairro.

 

Mais de 14 blocos estão confirmados para desfilar no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico, em Salvador, antes do início do Carnaval. No entanto, a programação está gerando uma polêmica entre moradores, comerciantes e os organizadores de eventos. De um lado, os foliões celebram a animação das ruas, do outro, uma parte da comunidade local critica o grande número de festas e alegam que os festejos causam transtornos e impactos na rotina do bairro histórico.

A equipe do BNews conversou com comerciantes para saber quais são os principais desafios durante os eventos no bairro. Wilson Alves, vendedor há 15 anos no bairro, elogia a organização das festas. Apesar de defender os festejos no bairro, o ambulante exerga alguns desafios que podem acontecer.

“As festas que tem aqui, são todas organizadas. Os órgãos públicos estão todos cientes. Ninguém faz nada aqui sem que a Prefeitura e os outros órgãos sejam comunicados. As festas são autorizadas. É claro que existe alguns contratempos, pode ser que alguma coisa possa acontecer, mas os órgãos cada ano que passa estão fazendo com que as festas, principalmente, o Carnaval sejam organizadas, então não vejo nada demais essa política, essa situação de intervir", opinou.

"Antes o bairro era um pouco violento, aqui já teve assassinato, porque não tinha movimentação, agora que está tendo movimentação, policiamento em cima, a Prefeitura, o Governo do Estado todo mundo trabalhando em conjunto e não sei porque esse problema de festa”, continuou.

Lorine Lopes, proprietária do Bar e Restaurante Ulisses, relata que o maior desafio tem sido adaptar-se às exigências dos órgãos fiscalizadores.

“A grande dificuldade que os bares e restaurantes estão tendo aqui no Santo Antônio, por conta dos eventos, e também do Carnaval são as grandes restrições que a gente acaba tendo. Entendemos sobre a questão da segurança, das regras que são impostas pra gente. A gente entende que é pra proporcionar um ambiente mais seguro e vários outros critérios, mas são restrições que a gente tem conversado bastante e as regras estão sendo bastante rígidas”, relatou.

A empresária destaca que o bairro está com maior policiamento, no entanto, o local só dispõe de uma entrada e uma saída para veículos e pessoas. Segundo ela, esse fator prejudica o deslocamento de moradores para as suas residências. Além disso, os comerciantes têm o acesso de clientes a seus estabelecimentos dificultado.

“Isso gera também cancelamento de reservas, baixo fluxo de movimento, impacto, realmente, no faturamento, então a gente não contrata esse período, porque a gente já tem uma equipe completa para atender essa demanda de público, mas a gente sente a queda, porque as pessoas vem aqui pra rua mesmo, fica aqui no Carnaval e quando a gente vai ver a questão de movimento dentro do estabelecimento mais uma vez chega a ficar difícil”, reclamou.

Jota Moraes, proprietário do Restaurante Casa de Farinha, disse que os empregos do estabelecimento beneficiam diretamente cerca de 450 a 500 famílias, por isso, ele destaca a importância do planejamento das festas no Santo Antônio.

Ele ressalta que um evento que aconteceu, recentemente, fechou o trânsito no bairro numa sexta, sábado e domingo. De acordo com ele, por causa disso, meio milhão de reais foi o valor estimado de prejuízo que os comerciantes amargaram. O empresário lembra também a importância de definir horários para encerramento dos festejos, por conta do barulho e poluição sonora.

“Quando os eventos são planejados, eles funcionam muito bem. Planejamento que eu digo é quando tem ordenação do trânsito, quando tem higienização das ruas. Então a gente tem essa preocupação, principalmente, por ser após alguns grandes eventos ou durante eles o trânsito fica inviável, alguns deles fecham as ruas sem nenhum tipo de necessidade, o que compromete a circulação do morador no seu ir e vir para chegar em suas casas e também dos clientes que frequentam os estabelecimentos comerciais", opinou.